Entre 2010 e 2016, o número de novos casos de aids no Brasil subiu de 47 mil para 48 mil, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).
Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook
O Ministério da Saúde, entretanto, contesta os dados. De acordo com a pasta, os dados estão estabilizados. Em nota, o governo afirma que o relatório usa números absolutos para comparar a situação da aids nos países, quando o mais adequado seria utilizar taxas de detecção – obtida por meio da divisão do número de casos pelo número da população.
"Em 2013, foram notificados 42.266 casos de aids no país; em 2014, foram registradas 41.007 ocorrências; em 2015, outros 39.113 casos. As taxas de detecção nesses anos foram de 21,0 para cada grupo de 100 mil habitantes (2013), 20,2 (2014) e 19,1 (2015), o que demonstra essa estabilização. O número de morte por aids no Brasil foi de 12.564 óbitos em 2013; 12.575 no ano de 2014, e 12.298 em 2015. As taxas de mortalidade foram 5,7 para cada 100 mil pessoas em 2013 e também em 2014; e de 5,6 em 2015. Dessa forma, o número de mortes também se mantém estável", descreve a nota.
No mundo, a tendência é de queda. As mortes, por exemplo, em decorrência da aids foram de 1,9 milhão em 2005 para 1 milhão em 2016 no planeta.
Resistência aos antirretrovirais
Vale registrar, no entanto, resistência aos medicamentos apresentada em seis de 11 países pesquisados na África, Ásia e América Latina. Na Guatemala, Nicarágua, Namíbia, Uganda, Zimbábue e Argentina um número preocupante de 10% dos novos pacientes de aids mostrou resistência aos antirretrovirais mais utilizados contra o vírus.
Isso explica-se pela falta de adesão ao tratamento de muitos soropositivos. Ao deixar de tomar os medicamentos diariamente, o paciente faz com que o vírus fique mais resistente às drogas e em uma relação sexual desprotegida acaba transmitindo exatamente esse vírus mais difícil de ser controlado aos novos infectados.
Brasil, Colômbia, México, Camarões e Mianmar, no entanto, são as outroas cinco dessas 11 nações que não apresentaram resistência significativa ao vírus.