A estudante de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ana Flor foi vetada por uma empresa de usar o termo travesti em vídeos publicitários que seriam contratados pela companhia. Detalhe: Ana é travesti.
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O caso foi relatado pela universitária e influenciadora em sua conta de Twitter, com mais de 16 mil seguidores.
Ela começou a thread com fala sobre o quanto ela é aberta a propostas de conteúdo publicitário e quanto tal possibilidade é rara para LGBT do Nordeste que são influenciadores digitais.
Entretanto, logo a conversa com a empresa, que dizia respeitar a diversidade e cujo nome Ana não revela, desandou.
"Toda proposta tem um limite ético, e mesmo precisando pagar o pão que como, espero e desejo sempre respeitar o meu."
O ponto de conflito foi justificado pela companhia por, conforme a estudante relata, "o termo 'afasta[r] as pessoas'. Respondi o email com lágrimas. Não é fanfinc e nem quero chamar atenção, é só para mostrar para vcs como funciona a transfobia.'
Veja o relato de Ana, moradora do Recife e que pode ser a primeira pedagoga travesti formada pela UFPE.
Ontem, recebi uma proposta de publi. O aceite tinha como requisito não usar o termo "travesti". A justificativa era de que o termo "afasta as pessoas". Respondi o email com lágrimas. Não é fanfinc e nem quero chamar atenção, é só para mostrar para vcs como funciona a transfobia.
— Ana Flor (@Tdetravesti) May 26, 2020
Uma coisa é dizer "grave três stories falando: nós mulheres trans...". Eu gravaria sem problema algum. Faz parte de roteiros detalhados. Outra coisa é dizer: "não use a palavra travesti, ela afasta as pessoas".
— Ana Flor (@Tdetravesti) May 26, 2020
Isso tem nome, gente. Se chama TRANSFOBIA.