Transexual é estuprada 2 mil vezes na prisão

Em presídios australianos, ex-detenta também não teve acesso a terapia hormonal

Publicado em 18/04/2016
Transexual é estuprada 2 mil vezes na prisão na Austrália
Transexual foi transferida diversas vezes e em todas as prisões foi abusada sexualmente

Uma transexual presa por tentar roubar um carro relatou ter sido estuprada mais de 2 mil vezes durante os quatro anos em que cumpria pena em presídios australianos.

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A ex-prisioneira, identificada como Mary, passou por todos esses abusos porque a Austrália, assim como a maioria dos países, não respeita a identidade de gênero da pessoa condenada. 

Ao site News.com.au, a mulher contou que como tentou fugir três vezes, exatamente por conta dos abusos sexuais, ela era posta em alas de alta vigilância, onde ficavam os presos mais perigosos.

"Eles tentam te manipular ou te ameaçar com algum contato sexual e uma vez que você cede à ameaça solicitada do sexo, você é alvo fácil para os outros que querem sua cota de sexo, que é mais um estupro que sexo consensual", diz.

Mary foi transferida para várias prisões, e em todas elas foi agredida física e sexualmente, mas a mais violenta foi Boggo Road, no Estado de Queensland. "Foi um inferno na terra. Era como se eu morresse e esta foi minha punição", conta. "Cada vez que eu dizia não e tentava afastá-los, eles forçavam, e não eram um ou dois, eram muitos deles."

Além de ter sido obrigada a cortar os cabelos curtos assim que entrou na prisão, a Mary também lhe foram negados hormônios, o que fez com que os pelos começassem a crescer em seu rosto. Ela lembra de outra presa, também transexual, que sofria os mesmos abusos e que foi libertada. No entanto, ao violar a condicional, a outra detenta voltou ao presídio e se enforcou para que não voltasse a sofrer violência sexual.

A ex-detenta diz saber que precisava pagar o preço pelos seus erros, mas privada da liberdade, não com violência. Mary diz que não teve nenhum relacionamento desde que saiu da prisão e que não consegue confiar nos homens. Ela também pede que seja alterada a maneira de punir as transexuais, que não deveriam ficar em presídios masculinos. "Eu pareço uma mulher, e eu penso que se uma pessoa transgênero é genuína, e elas vivem como o sexo oposto, elas deveriam ser colocadas em prisões femininas."


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