Marlon Brando e James Dean tiveram uma secreta relação sadomasoquista, na qual o primeiro era o mestre e o segundo, escravo.
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Segundo o livro James Dean: Tomorrow Never Comes, escrito por Darwin Porter e Danforth Prince, os dois símbolos sexuais se envolveram no começo dos anos 1950.
A dependência de Dean por Brando era tamanha que ele chegava a ficar no frio, do lado de fora da porta, esperando para entrar e transar com seu mestre. O loiro chegou a ter cigarros queimados em seu peito e era obrigado a ver Brando ter relações sexuais com outros homens em sua frente.
Na obra, baseada em conversas com fontes, amigos da época e jornalistas de fofocas, conta-se que eles não se conheceram nos bastidores de Vidas Amargas (1955), como Brando disse em biografia lançada em 1973, Songs My Mother Taught Me (Canções que minha mãe me ensinava).
Eles teriam se visto a primeira vez em 1949. Brando voou de Nova York para dar uma aula magna no Actors Studio, onde se formou. Ele já era uma estrela dos palcos após o sucesso de Um Bonde Chamado Desejonos palcos e de já ter gravado o filme.
Na plateia, Brando teria visto um jovem olhá-lo tão intensamente que ele comentou com Bobby Lewis, um dos fundadores do estúdio, que sua "pele parecia queimar". Dean depois apresentou-se como seu "maior fã", e Brando achou que ele tivesse uma "sinceridade infantil" e que o loirinho estava apaixonado por ele. E estava certo.
Os dois conversaram trivialidades - como a capacidade que Dean tinha de prever quando as pessoas iriam morrer - fizeram uma longa pausa, olharam-se, Brando se inclinou e o beijou.
Apesar de ter minimizado a relação de ambos em sua biografia, Brando, segundo os autores do novo livro, falava abertamente sobre os dois a amigos, como o dramaturgo Tennessee Williams, o compositor Alec Wilder e o publicitário nova-iorquino Rogers Brackett, um namoradinho de Dean.
Ao mesmo Brackett, Dean teria dito que o novo amante estava no controle do relacionamento. O ex lembrou de Dean dizer: "Eu tenho que fazer amor com Brando, que é algo que eu anseio desde que ouvi falar nela a primeira vez... Ele me disse o que queria e eu embarquei na dele."
"Eles foram definitivamente um casal", disse Wilder. "Claro que as palavras 'fidelidade sexual' era desconhecida em cada um de seus significados." O compositor conta que Dean lhe colocava a par da relação. "Eu acredito que Jimmy se apaixonou por Brando naquele ano. Quanto a Brando, não acho que ele tenha amado Jimmy. Eu vi Brando apenas três vezes, em todas ele estava com Jimmy. Na minha opinião, Brando estava apaixonado por Brando."
Outro amigo de Dean, Stanley Haggert, disse que o jovem nunca tinha dinheiro e que Brando não lhe emprestava. Para Haggert, Brando queria o namorado "magro pelas ruas, à procura de esmola". "Dean falava frequentemente de como estava frustrado. Tenho a impressão de que eles estavam num jogo de gato e rato. Brando parecia estar brincando com Jimmy para sua própria diversão."
Para os autores da obra, Dean sofria de uma "terrível solidão" e que anseava por um relacionamento monogâmico mas não podia viver longe de Brando. Brackett disse: "Quando Brando estava fora em um de seus muitos encontros, Jimmy costumava persegui-lo, seguindo-o até em casa. Em muitas noites Jimmy ficava fora do apartamento de Brando, olhando para sua janela do quarto, as luzes se apagavam, esperando para estar naquele quarto. "Em uma manhã muito fria, Brando desceu de pijama e convidou Jimmy, tremendo de frio, para subir com ele. Mas temo que esses atos de bondade eram a exceção, não a norma."
Em sua biografia, Brando disse que o relacionamento nunca aconteceu e eles nem sequer eram amigos. À suposta época do envolvimento, Brando teria 26 anos e Dean. 19. Como é sabido, James Dean morreu no auge da carreira, em um acidente de carro, aos 24 anos, logo após dividir a cena com Brando em Vidas Amargas. Seus dois outros sucessos no cinema foram póstumos, Juventude Transviada (1955) e Assim Caminha a Humanidade (1956).
Envolvimentos homo e bissexuais tanto de Dean como de Brando têm sido trazidos à tona durante décadas.
