Sua gestão como prefeito de São Paulo, desde 2012, tornou a cidade referência nacional e internacional em políticas públicas para LGBT. Uma das principais vitrines de Fernando Haddad (PT) é o programa Transcidadania, que concede ajuda financeira a pessoas trans que seguirem os estudos. O desafio do início da gestão hoje pode ser visto como promessa de candidatos em outras cidades e parabenizado por adversários.
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Embora não tenha sido o primeiro a receber o pedido de entrevista, o petista foi o que mais rapidamente o respondeu e, por isso, vai abrir série de entrevistas que o Guia Gay São Paulo fará com os pleiteantes à prefeitura.
Sua campanha pela reeleição dá-se pela colição Mais São Paulo, e congrega PT, PC do B, Pros, PDT e PR. Quanto ao futuro, caso ganhe, ele mira na ampliação dos programas já implementados, agir mais pela cultura feita pelo segmento e também investir na transformação da capital paulista em pólo de atração de turistas LGBT.
Como o senhor, pessoalmente, vê a cidadania LGBT e o respeito à diversidade?
O direito à plena cidadania é de todos. O respeito à diversidade é fundamental para garantir isso a todos os segmentos da sociedade. A comunidade LGBT tem todo o meu respeito e apoio. É inadmissível qualquer violência ou ato de intolerância contra qualquer cidadão, indiscriminadamente.
Que ações concretas serão realizadas em sua possível nova gestão na proteção de LGBT e na promoção dos direitos do segmento?
Na atual gestão, criei o programa Transcidadania, voltado à população LGBT em situação de vulnerabilidade, com foco na transformação social e no resgate da cidadania. São pessoas que tiveram o direito de estudar e trabalhar sonegado por causa da intolerância e do preconceito e, depois do programa, passaram a ter acesso a educação básica, qualificação profissional e atendimento integrado de assistência social e saúde.
Em apenas 12 meses, vimos como a vida dessas pessoas mudou para melhor. Em 2016, dobramos o atendimento, passando de 100 para 200 vagas. Também implementamos os Centros de Referência LGBT, na região central e nas zonas sul e leste, com apoio jurídico, psicológico e social às vítimas de violência e discriminação.
Na próxima gestão, nossos planos incluem a manutenção desses projetos, a expansão do Transcidadania e também novas propostas, como a criação de um núcleo de monitoramento de violência contra a população LGBT e da Casa de Cultura LGBT. A comunidade LGBT deve estar atenta às propostas de governo dos candidatos para que não haja retrocessos e espaço para a intolerância.
Minha gestão é participativa e as portas do meu gabinete estão abertas, desde que assumi a Prefeitura, para que as comunidades e lideranças tragam suas demandas, apresentem suas propostas, apontem problemas e soluções.
O turismo LGBT no mundo é responsável por 15% do dinheiro que circula no setor e reforça os direitos do segmento. Como agirá na prefeitura para que São Paulo se fortaleça como destino turístico nacional e internacional arco-íris?
São Paulo é uma cidade cosmopolita e aberta a receber os mais variados grupos públicos. Tanto é verdade, que temos uma das maiores paradas LGBT do mundo. O turismo também é um campo que contribui para fortalecer a diversidade na cidade e a romper com o ciclo de intolerância.
Em recente encontro com empresários e ativistas LGBT, falamos sobre a ideia de criar um Núcleo de Turismo LGBT dentro da Secretaria Municipal de Turismo, uma experiência que já acontece com êxito em Madrid.
Estamos abertos para estudar e trabalhar para implantar na cidade propostas inovadoras e bem-sucedidas como essa. A cidade tem 123 estabelecimentos comerciais voltados ao público LGBT, um dos maiores circuitos da América Latina.