O ativista Toni Reis, ele mesmo, em visita ao Senado Federal, constatou o que tinha sido noticiado em colunas políticas: não existe o gabinete número 24 na Casa Alta.
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No corredor da ala Teotônio Vilela, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) ocupa o gabinete número 23. O pernambucano Humberto Costa (PT) está no de número 25. E é isso. Os parlamentares pularam o 24, conhecido popularmente no Brasil como "número do viado".
A exclusão foi feita diretamente pelo senador Dário Berger (PMDB-SC), de acordo com notícia de agosto do blog Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo. Berger tem gabinete numerado com o 26.
Como forma de questionar esse fato, o ativista LGBT Toni Reis, de Curitiba, mandou carta aberta ao Senado.
Veja trecho do texto do ativista:
"(...) Gostaria, de forma muito serena, perguntar a Vossas Excelências, será que ao evitar o número 24 não estariam se sentindo inseguros/as da sua orientação sexual? Imaginem o que isto pode representar em outros locais, principalmente nas escolas se o número de chamada de um menino for 24. Ou uma pessoa pegar um quarto de número 24 ou uma mesa num restaurante. Por que deste desatino? Eliminaram o número 24 por preconceito, estigma e discriminação?
A atitude corrobora os resultados de estudo nacional recente que mostra que 73% dos/das estudantes LGBT brasileiros/as sofrem bullying homofóbico nas escolas, 60% se sentem inseguros/as na sala de aula e 37% já sofreram violência física nas escolas. O Senado Federal se tornou um espelho do preconceito LGBTfóbico presente na sociedade brasileira. E o que é mais grave, mandou uma mensagem clara para toda a nação de que o preconceito contra pessoas LGBT é institucionalmente aceitável."