Presença de travestis e transexuais é destaque em conferência LGBT

Evento, de dois dias, teve mais de 400 participantes dentre gestores públicos e sociedade civil

Publicado em 05/03/2016
conferência municipal lgbt
Debates nortearam proposições a respeito de políticas públicas para LGBT

Em 4 e 5 de março foi realizada a 3ª Conferência Municipal LGBT de São Paulo, em hotel no centro da cidade. Cerca de 400 participantes, dentre gestores públicos e integrantes da sociedade civil, fizeram propostas em políticas públicas para defesa, promoção e garantia de direitos de LGBT. 

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A programação cravava 19h do sábado 5 para o fim do evento, entretanto, nesse horário era feita ainda a votação dos delegados para a conferência estadual. Em seguida seriam votadas as proposições discutidas ao longo da tarde em grupos de trabalho. 

Integrante do Fórum Paulista de Travestis e Transexuais, Fernanda de Moraes teve avaliação positiva da conferência. "Bastante satisfatório. Tudo ocorreu dentro do planejado e os debates foram muito bons." 

Outra participante, cisgênero e que se recusou a dizer o sobrenome, Jennifer tinha opinião diferente. "Houve pouco tempo para a discussão. Somado a isso, houve desorganização, inclusive na metodologia. Enfim, a conferência não foi bem pensada." 

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Convidado do evento, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGT), Carlos Magno, fez dois destaques em relação às atividades. 

"As conferências dão vozes a todos. Aqui tem gente da periferia, da academia, de todos os segmentos. Isso é muito rico e um patrimônio do Brasil, não há esse modelo de construção em outros países. No mais, dentre todas as conferências que tenho acompanhado, foi aqui onde mais vi travestis e transexuais participando."

Essa percepção também esteve na avaliação do coordenador de Políticas LGBT da Prefeitura de São Paulo, Alessandro Melchior. "A presença maciça de travestis e transexuais é resultado da atuação no resgate do protagonismo com o segmento que temos feito no governo."

Sobre os frutos dos trabalhos empreendidos, o gestor aposta na politização. "O que aqui é decidido não é obrigatório o governo fazer. Depende de boa vontade. Por isso, acho que o maior ganho é a contribuição para a conscientização de todos em relação aos seus direitos. Houve debates, polêmicas, todos puderam aprender a argumentar. Até trans de um abrigo vieram participar. Esse é o maior resultado."


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