A partir de 3 de agosto e até 1º de setembro, o Top Teatro, na Bela Vista, recebe a primeira edição do Festival Transborda de Cultura sem Gênero.
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Música, teatro, exposição, cinema e debates integram o evento baseado na pluralidade de gêneros e sexualidades.
Com shows intimistas, novos nomes da MPB farão apresentações. Oportunidade para conhecer os trabalhos de gente talentosa, como Léo Fressato, Rafael Vidalles, Ana Larousse, Felipe de Vas e o grupo #NãoRecomendados.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é o tema de duas obras nacionais bastante elogiadas: o curta-metragem Aceito, de Felipe Cabral, e o documentário Vestidas de Noiva, da Gasolina Filmes, que poderão ser vistos juntos na mesma sessão.
Junto às leituras dramatizadas das peças Tem Alguém que Nos Odeia e Ela x Ele na Cidade sem Fim, haverá debates. Também existirá bate-papo após a sessão de Comum de Dois, que volta para mais duas apresentações após temporadas de sucesso na mesma sala e que trata de homofobia e amor na década de 1920 no Recife.
Outro espetáculo que retorna aos palcos é Só... Entre Nós, de Joca Andreazza, que cumprirá temporada de quatro semanas, além de uma estreia, Menina Bruno. A peça trata de uma garota que sofre bullying durante toda a infância e a adolescência no agreste pernambucano e vê sua vida ganhar sentido quando foge para São Paulo. Por todo o festival, obras do artista plástico Antonio Miranda poderão ser conferidas nos cenários dos shows.
A ideia do evento partiu de Rhommel Bezerra e Fernando Dantas, sócios da Fora da Chuva Produções. Eles também integram o elenco do Grupo Itinerante de Teatro, responsáveis por Comum de Dois e Menina Bruno.
"Como estou em cartaz há seis anos com uma peça que retrata o início da homofobia no país [Comum de Dois], discutimos muito sobre esse tema ao longo das temporadas e cidades que meu grupo de teatro passou", explica Bezerra ao Guia Gay São Paulo. "Mas há ainda questões relacionadas ao corpo e à sexualidade que precisam ser contempladas, a fim de que se trate de um panorama mais abrangente do tema."
Sobre como foi selecionada a programação, o ator e produtor conta que chamou amigos e artistas que quebram a regra de gênero. "Foram muitas indicações e a produtora continua recebendo propostas mesmo depois da agenda [do festival] já fechada. Única surpresa pra mim foi o cantor Felipe De Vas, pois é de Maceió, assim como eu. Descobri o CD dele bem por acaso, mexendo no Spotify. Ele foi o primeiro a fechar conosco e a ficar empolgado com o projeto."
Bezerra pretende que o Transborda se torne anual e celebra o teatro da Bela Vista pelo apoio e inclusão à diversidade. "O Top Teatro tem sido a nossa casa, pela parceria e abertura para que possamos falar sobre qualquer tema. Isso é importante porque já ouvi de um dono de teatro no Rio: 'No meu teatro eu não coloco peça gay".
Os valores dos eventos variam de gratuito a R$ 60. Para mais informações sobre ingressos, dias e horários, basta clicar nos nomes das atrações ou buscá-las em nossa Agenda.