O Brasil pode distribuir, em breve, comprimido que previne a infecção pelo HIV. Dentre o grupo dos que podem recebê-lo está o de gays com histórico de relações desprotegidas.
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Conhecida como PrEP, a terapia de pré-exposição ao vírus consiste na administração de dois antirretrovirais - tenofovir e emtricitabina. Estudos comprovam que a ingestão diária de uma pílula previne entre 90% e 99% o contágio pelo HIV.
Um comitê de especialistas - a pedido do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde - elaborou um documento no qual pedem que a pílula seja distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com indicações escritas no documento, o qual o jornal Folha de S.Paulo teve acesso, o comprimido deverá ser prescrito apenas a alguns grupos de pessoas. São eles: homens que fazem sexo com homens, transexuais, travestis, usuários de drogas e profissionais do sexo que se exponham ao risco de se infectarem por não utilizar preservativo.
Segundo a reportagem, nestes grupos o número de novos casos de infecção pelo HIV é 20 a 30 vezes maior do que no restante da população. Pessoas soronegativas com parceiros soropositivos que iniciaram o tratamento há pouco tempo também poderão aderir ao programa.
O objetivo é oferecer também a PrEP nas farmácias, por um valor acessível para que as pessoas que não estejam dentro destes grupos e queiram tomar comprimido possam comprá-lo. A ideia é que o valor seja baixo - o mesmo que será oferecido ao governo. Nos Estados Unidos, o comprimido, que tem nome comercial de Truvada, pode chegar a US$ 2.500 (cerca de R$ 8.800) por ano para cada usuário.