O longa Mãe Só Há Uma, de Anna Muylaert, não poderá disputar uma vaga na categoria de filme estrangeiro no Oscar 2017.
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A diretora não inscreveu a produção por causa de uma polêmica que envolve o longa Aquarius, de Kleber Mendonça Filho. "Achamos que este é o ano de 'Aquarius'. É o filme certo", declarou Anna à Folha de S.Paulo.
O filme de Mendonça Filho, que estreia no Brasil no próximo dia 1º e tem Sonia Braga no elenco, era considerado um dos favoritos à indicação brasileira ao prêmio da Academia.
A confusão começou quando o crítico Marcos Petrucelli, da rádio CBN, foi nomeado como um dos integrantes da comissão que escolherá o indicado brasileiro. Petrucelli é um ferrenho crítico de Mendonça Filho, por causa de suas posições políticas - no tapete vermelho do último Festival de Cannes, diretor e parte do elenco de Aquarius estenderam cartazes e faixas com dizeres como "Parem o golpe no Brasil" e "Não temos democracia mais".
Petrucelli afirmou que suas críticas são contra o diretor e não o filme, que ele sequer viu, e que isso não prejudicaria o seu voto. No entanto, Mendonça Filho acredita que será prejudicado e outros diretores saíram em sua defesa. Além de Anna, Gabriel Mascaro também não inscreveu seu filme, Boi Neon, para tentar a indicação.
Mãe Só Há Uma conta a história de um adolescente que descobre que foi roubado na maternidade e precisa conviver com seus pais biológicos. Ao mesmo tempo, ele está assumindo sua verdadeira identidade de gênero. O filme foi parcialmente inspirado no caso do garoto Pedrinho, de Brasília, nos anos 1980, que também motivou a trama central da novela Senhora do Destino (2004), cuja mãe falsa foi vivida por Renata Sorrah, como a vilã Nazaré Tedesco.