Brasil: 2015 e a homofobia ainda não é crime e mata. Essa é uma das frases que a Inacabada Cia. de Teatro usa para definir Meninos Também Amam - Um Poema/Manifesto Cênico, espetáculo que restreia no sábado 20 na SP Escola de Teatro.
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Ao desejo de utilizar a nudez como poesia homoerótica uniu-se a vontade de se manifestar contra a intolerância e o ódio homofóbicos vistos em episódios como a discussão da cura gay, as declarações do então candidato à presidência Levy Fidelix pelo PRTB e assassinatos contra LGBT nos últimos dois anos.
"Com Meninos Também Amam nos veio à consciência de vivermos no país apontado pela ONU como o mais homofóbico do mundo", explica Rafael Guerche, que assina o texto e a direção do espetáculo. "O [país] que mais discrimina, agride e assina homossexuais, o que legitima abuso dos fundamentalistas ultraconservadores que estão no poder. A situação se torna ainda mais preocupante quando também assistimos homossexuais reproduzirem a homofobia que os desiguala, persegue e marginaliza."
O diretor ressalta que os corpos desnudos em cena "fazem lembrar as feridas, dilaceramentos e sangues derramados daqueles que se foram e que não tiveram ainda suas vozes ecoadas entre nós".
Meninos Também Amam é uma celebração do amor, uma tentativa de resistir à censura das linguagens artísticas, do corpo e das relações e um grito de resistência aos que permanecem e querem ser respeitados.
O espetáculo, que fez curta temporada no final de 2014, volta ao cartaz na SP Escola de Teatro aos sábado e domingos até 26 de julho. Mais informações você tem em nossa Agenda.