Com 17 eventos, 2º Periferia Trans foca LGBT, raça e classe social

Debates, espetáculos, shows e oficinas estão na programação espalhada por todo o mês de abril

Publicado em 31/03/2016
Liniker e os Caramelows se apresentam no 2º Periferia Trans, em São Paulo, evento de cultura LGBT
Liniker e os Caramelows, uma das revelações da múisca brasileira, encerra o evento, dia 1º/5

Com uma programação gratuita e caprichada que vai de oficinas a espetáculos teatrais, passando por shows, debates, filme e performances, acontece entre 2 de abril e 1º de maio o 2º Periferia Trans.

Curta o Guia Gay São Paulo no Facebook 

Organizado pelo ator e produtor Bruno César Lopes, o evento é uma forma de dar visibilidade à cultura arco-íris que leva em conta questões como raça e classe social. É bom explicar: o nome trans não vem de travestis e transexuais. O conjunto de atividades abarca todas as letras do movimento LGBT. "Usamos trans para falar de transgressão, de transbordamento de identidades", explica ao Guia Gay São Paulo.

A expectativa para a edição 2016 é grande. "No ano passado, tivemos menos recursos financeiros. Para este ano, vamos trabalhar mais ainda nas questões de raça e mergulhar em todo esse universo. O debate vai ser muito produtivo", diz Lopes.

A abertura, neste sábado 2, traz Rico Dalasam, rapper oriundo da periferia paulistana, abertamente gay, e que se firmou dentre as maiores promessas do gênero no País. A abertura fica a cargo de MC Linn da Quebrada, funkeira responsável por canções como Macho Discreto e Bixistranha.

No domingo 3, começa a programação teatral, com É pra Copiar ou Reescrever?, do Coletive Zoooom, que trata de LGBT no universo escolar. No sábado 9, é a vez de Speculum, que aborda demagogia relagiosa e a "coisificação da mulher negra".

Meninos Também Amam, espetáculo gay se apresenta no Periferia Trans
'Meninos Também Amam', que esteve em cartaz em 2015, ganha apresentação especial

Eleita pelos leitores do Guia Gay São Paulo como a melhor peça de temática LGBT de 2015, Meninos Também Amam ganha apresentação no domingo 10. Misturando dança, poesia e perfomance, a peça faz uso da nudez para denunciar a homofobia e a intolerância.

Outros espetáculos dentro da programação são Maria que Virou Jonas ou a Força da Imaginação (dia 21), que também cumpriu temporada na cidade no ano passado e aborda questões de gênero; Picumã - Asas de Passarinho Preto (dia 24), experimento solo de Igor Valentin sobre construção de identidades e corpos negros homoafetivos; e Godofredo & Alice (dia 17), que trata do amor entre jovens trans.

Em cinema, haverá exibição do documentário Fábrica de Bonecas - Estéticas da Precariedade(dia 28), sobre a comunidade LGBT do Grajaú, Zona Sul da cidade. Há ainda debates, como "Quem é 'T' do LGBT?" (dia 13), com Luiza Coppieters e Thomas Lemos, que tratatá das estratégias e caminhos para aumentar a visibilidade das pessoas trans e avançar diante do conservadorismo.

Na oficina Um Dia de Drag (dia 30), haverá aulas de stilleto e maquiagem, culminando em um número coreografado, que será registrado em vídeo, com auxílio do Coletivo Aquenda. Na parte musical, além de Dalasam, o evento trará show de As Bahias e a Cozinha Mineira (dia 16), banda que discute aa figura da mulher em suas letras e conta com duas vocalistas trans, e Liniker e os Caramelows, no encerramento, dia 1º de maio, revelação da black music brasileira, misturando orgulho gay e negro em show com muitos grooves.

Todos os eventos ocorrerão no Galpão Cultural Humbalada, próximo à estação de trem do Grajaú. A programação completa - e com mais detalhes - estão em nossa Agenda.

me


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.