Com uma programação gratuita e caprichada que vai de oficinas a espetáculos teatrais, passando por shows, debates, filme e performances, acontece entre 2 de abril e 1º de maio o 2º Periferia Trans.
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Organizado pelo ator e produtor Bruno César Lopes, o evento é uma forma de dar visibilidade à cultura arco-íris que leva em conta questões como raça e classe social. É bom explicar: o nome trans não vem de travestis e transexuais. O conjunto de atividades abarca todas as letras do movimento LGBT. "Usamos trans para falar de transgressão, de transbordamento de identidades", explica ao Guia Gay São Paulo.
A expectativa para a edição 2016 é grande. "No ano passado, tivemos menos recursos financeiros. Para este ano, vamos trabalhar mais ainda nas questões de raça e mergulhar em todo esse universo. O debate vai ser muito produtivo", diz Lopes.
A abertura, neste sábado 2, traz Rico Dalasam, rapper oriundo da periferia paulistana, abertamente gay, e que se firmou dentre as maiores promessas do gênero no País. A abertura fica a cargo de MC Linn da Quebrada, funkeira responsável por canções como Macho Discreto e Bixistranha.
No domingo 3, começa a programação teatral, com É pra Copiar ou Reescrever?, do Coletive Zoooom, que trata de LGBT no universo escolar. No sábado 9, é a vez de Speculum, que aborda demagogia relagiosa e a "coisificação da mulher negra".
Eleita pelos leitores do Guia Gay São Paulo como a melhor peça de temática LGBT de 2015, Meninos Também Amam ganha apresentação no domingo 10. Misturando dança, poesia e perfomance, a peça faz uso da nudez para denunciar a homofobia e a intolerância.
Outros espetáculos dentro da programação são Maria que Virou Jonas ou a Força da Imaginação (dia 21), que também cumpriu temporada na cidade no ano passado e aborda questões de gênero; Picumã - Asas de Passarinho Preto (dia 24), experimento solo de Igor Valentin sobre construção de identidades e corpos negros homoafetivos; e Godofredo & Alice (dia 17), que trata do amor entre jovens trans.
Em cinema, haverá exibição do documentário Fábrica de Bonecas - Estéticas da Precariedade(dia 28), sobre a comunidade LGBT do Grajaú, Zona Sul da cidade. Há ainda debates, como "Quem é 'T' do LGBT?" (dia 13), com Luiza Coppieters e Thomas Lemos, que tratatá das estratégias e caminhos para aumentar a visibilidade das pessoas trans e avançar diante do conservadorismo.
Na oficina Um Dia de Drag (dia 30), haverá aulas de stilleto e maquiagem, culminando em um número coreografado, que será registrado em vídeo, com auxílio do Coletivo Aquenda. Na parte musical, além de Dalasam, o evento trará show de As Bahias e a Cozinha Mineira (dia 16), banda que discute aa figura da mulher em suas letras e conta com duas vocalistas trans, e Liniker e os Caramelows, no encerramento, dia 1º de maio, revelação da black music brasileira, misturando orgulho gay e negro em show com muitos grooves.
Todos os eventos ocorrerão no Galpão Cultural Humbalada, próximo à estação de trem do Grajaú. A programação completa - e com mais detalhes - estão em nossa Agenda.
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