Nascido em Ribeirão Preto e formado em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (Unicamp), Henrique Áreas, de 31 anos, é o candidato do Partido da Causa Operária (PCO) à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições.
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Em sua primeira candidatura, Árias, que já foi diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores do Correios e está afastado da empresa por participar de atividades sindicais, tem como base para sua gestão como prefeito a participação de LGBT nas políticas públicas e o protagonismo do segmento, inclusive com o que chama de "comitês de luta." O candidato respondeu ao Guia Gay São Paulo as seguintes questões:
Como o senhor, pessoalmente, vê a questão da cidadania e o respeito à diversidade?
Defendo a liberdade dos cidadãos definirem como querem estabelecer sua vida pessoal, obviamente tendo como parâmetro o respeito à liberdade das outras pessoas. Não cabe ao Estado, de forma alguma, legislar sobre como as pessoas devem se relacionar do ponto de vista afetivo e sexual.
Por exemplo, se a união entre pessoas do mesmo sexo é uma realidade na sociedade, nada mais natural que elas tenham todas as garantias concedidas aos demais cidadãos, decorrentes de uma relação: compartilhar bens, direito de herança, acesso à previdência social, ter filhos etc.
Que ações concretas serão realizadas em sua gestão na proteção de LGBT e na promoção dos direitos do segmento?
Primeiramente gostaria de ressaltar que o País vive sob um golpe de Estado e diante deste quadro a comunidade LGBT deve ficar atenta, pois haverá um ataque em todas as frentes para retirar direitos, assim como para os demais segmentos da população, trabalhadores, juventude etc. A direita golpista que domina o Congresso Nacional e a extrema direita vão atacar toda a população, e a comunidade LGBT é um alvo.
Uma das questões importantes que gostaria de destacar é a violência que este setor sofre. O PCO acha que os direitos garantidos por lei, não são assegurados, pois o poder do Estado é ineficaz. A violência contra os LGBT é sofrida muitas vezes pela PM que, em tese, deveria fazer cumprir a lei.
Entendemos que a própria população deve se organizar em comitês de luta para se defender e não deve ser diferente para a comunidade LGBT. O direito deve ser exercido pelos próprios interessados.
A atual gestão possui programas elogiados, tais como o Transcidadania e três centros de apoio ao segmento. Seu mandato continuará com essa ações, irá modificá-las ou extingui-las?
Acho a iniciativa importante, pois a prefeitura deve dar assistência para todos os segmentos da população. Defendo que a comunidade LGBT deve ter participação direta na elaboração de qualquer programa voltado para o setor e as iniciativas devem ser avaliadas.
O turismo LGBT é responsável por 15% do dinheiro que circula no setor e reforça os direitos do segmento. Como agirá como prefeito para que São Paulo se fortaleça como destino turístico nacional e internacional arco-íris?
Em relação à parada e outras iniciativas da comunidade LGBT, a prefeitura deve dar apoio necessário para a realização dos eventos, mas as próprias entidades LGBT devem encabeçar estas atividades.