Com atuação na noite e na cultura LGBT há décadas - seja como diretor da associação Dynamite, produtor do concurso Mix Music ou DJ do clube A Lôca - André Pomba é pré-candidato a vereador pelo PV em São Paulo nas eleições deste ano.
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Eleito um dos 10 LGBT Mais Influentes de São Paulo em 2015, Pomba, 52 anos, acredita que é necessário haver mais LGBT no Poder Legislativo para combater o fundamentalismo e pretende atuar em três frentes: cultura, diversidade e sustentabilidade. Veja entrevista que ele concedeu ao Guia Gay São Paulo:
Por que se candidatar a vereador?
Porque eu acho importante que sejam eleitos candidatos LGBT que atuem em prol da nossa população durante todo o ano e não somente apareçam pedindo votos em período eleitoral. Eu tenho plena consciência de que me dediquei ao máximo em toda minha vida pelos LGBT, fui conselheiro municipal eleito por dois mandatos, participei de conferências municipais, estaduais e até na nacional LGBT, bem como também visitei toda periferia, ajudando a organizar conferências livres. Creio que ser vereador seria uma evolução natural para empoderar a verdadeira militância.
Por que escolheu o PV?
Além de ser o partido pioneiro na causa LGBT, o PV pra mim é o que acolheu melhor as demandas que defendo e que tenho possibilidade de crescimento e visibilidade. Sem contar a atuação reconhecida do PV Diversidade. E como vantagem, o PV ainda tem a capacidade de diálogo com várias forças políticas, sem ficar naquele sectarismo radical entre esquerda e direita, que impede que as nossas propostas sejam acolhidas.
Qual será sua principal bandeira?
Sem dúvida a bandeira LGBT. Acho emblemático que mais candidatos LGBT se elejam, por conta da visibilidade das nossas pautas hoje ameaçadas pelo fundamentalismo. Mas também quero mostrar à população em geral que um candidato LGBT pode defender assuntos que afligem todos os cidadãos, conquistando com isso mais apoio para as nossas demandas.
Costumo dizer que minha atuação será focada em três itens: cultura, diversidade e sustentabilidade. Na área de diversidade, quero discutir a criação de casas de acolhida, para jovens e adolescentes LGBT que são expulsos ou vítimas de violência em suas casas; pretendo apresentar uma lei anti-discriminação municipal que puna toda forma de preconceito (racismo, machismo, homofobia, transfobia, de origem, contra pessoas com deficiência etc); e vou investigar o aparelhamento partidário de equipamentos voltados à população LGBT.
Dentro da área cultural, pretendo revalorizar as casas de cultura nos bairros, hoje abandonadas; quero cobrar a implantação de um programa de incentivo municipal de cultura; quero efetivar a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas e reforçar o caráter de inclusão social por meio da cultura, e ter um programa efetivo de valorização da noite de São Paulo.
Na área de sustentabilidade, pretendo focar na questão do lixo (reciclagem e compostagem), bem como defender com unhas e dentes as parcas áreas verdes da cidade hoje ameaçadas pela especulação imobiliária.
Qual você acredita que será sua maior dificuldade na campanha?
Como sempre, a falta de recursos, que faz com que nossa candidatura seja sempre dificultada por quem tem poder econômico. Embora já tenha toda organização e estruturação de campanha definida, estou preparado para vencer tendo somente o apoio de um grande grupo de mobilizadores e apoiadores, que acreditam que chegou a hora de ter um LGBT na Câmara dos Vereadores, pois a renovação deve ser superior a 50% este ano.