Homofobia em plena balada gay? Sim, é possível, e pode ter ocorrido na Flexx Club, um dos maiores clubes gays de São Paulo. Ao menos é o que acusa o analista de SAC Marcos Paulo Calixto Siqueira, de 23 anos.
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O jovem, que frequentava a casa na Barra Funda, Zona Oeste, há anos, relata confusão ocorrida na madrugada do domingo 3. Faltando cinco minutos para às seis da manhã, horário em que o open bar da festa seria encerrado, Marcos diz que foi barrado pelo segurança quando iria pegar as últimas bebidas.
A alegação do funcionário era que sua pulseira estava adulterada. O jovem explicou que horas antes um frequentador puxou a sua pulseira e que ela ficou frouxa. Por causa disso, ele a remendou com um chiclete e contou que frequentou o open bar a noite inteira com o objeto dessa maneira.
O segurança continuou negando sua entrada ao local e disse: "Você não vai entrar, seu viadinho". Enquanto discutiam, um segundo funcionário chegou por trás e lhe deu um "mata-leão". Na tentativa de se defender e com a força do funcionário ("era um brutamontes"), Marcos teve o braço quebrado.
"Não contente com isso, ele me levou para o estaciomanento da Flexx e ali eu estava de cabeça baixa porque estava com dor no braço, e ele me dando socos e pontapés", contou o analista ao Guia Gay São Paulo. "E tinha mais ou menos uns dez ou 12 seguranças em volta."
Marcos relata que chamou a polícia, que demorou a chegar. "Era uma dor insuportável no meu braço e ainda fui ameaçado por outro segurança, quando fiquei sozinho", diz. "O bombeiro prestando atendimento a mim e o outro segurança começou a me ameaçar: 'Você está dando uma de dodozinho, queridinho, viadinho? Está dando uma de dodozinho com o bracinho quebrado? Ainda bem que foi ele que te pegou, porque se fosse eu teria quebrado o braço e a perna". Segundo o analista, o chefe da segurança chegou nesse momento e o funcionário saiu.
Marcos fez boletim de ocorrência no 23º DP (Perdizes) e o caso será investigado como lesão corporal, ameaça e injúria. O analista teve dispensa médica de 10 dias e disse que isso está prejudicando seu trabalho já que havia acabado de ingressar na empresa.
A vítima conta que também pretende denunciar o caso a órgãos públicos que tratam dos direitos LGBT já que em São Paulo é crime a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero (Lei 10.948/2001).
A nossa reportagem tentou por diversas vezes contato com o clube, mas ninguém atendeu.