Por Marcio Claesen
Os anos 1990 foram bastante prolíficos para a cinematografia arco-íris. Especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, mas não só lá, surgiram diversas produções que nos colocaram no foco.
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Com histórias baseadas em fatos ou originais, dramas ou comédias, os longas lançados em 1996 falavam de moralismo, o primeiro amor, amizade e discriminação.
Veja 8 filmes com temática LGBT que completam 20 anos:
1. Delicada Atração
Poucos filmes sobre a descoberta da homossexualidade são tão inesquecíveis e bem realizados quanto este. No subúrbio londrino, dois vizinhos adolescentes descobrem-se apaixonados. Jamie (Glen Berry) é alvo de bullying por seu jeito introvertido, Ste (Scott Neal) é marrento e saco de pancadas do pai e do irmão mais velho. Um dia, uma fofoqueira e divertida vizinha conta sobre os dois à mãe de Jamie (a ótima Linda Henry) e o casal terá de enfrentar as famílias. A cena final é antológica e constantemente editada em premiações e reportagens sobre amor entre jovens.
2. Loucas Noites de Batom
O título original, Pedale Douce (algo como Bicha fresca, em francês) já define o tom debochado desta comédia. Eva (Fanny Ardant, deslumbrante) é dona de um bar/restaurante LGBT e tem uma forte relação de amizade e dependência com Adrien (Patrick Timsit). Para tentar se passar por hétero para o chefe, Adrien apresenta, em um jantar, Eva como sua mulher, o que acarreta uma série de confusões, incluindo romances às escondidas, muitas festas e muita, muita pinta!
3. Ligadas pelo Desejo
Primeiro filme dirigido pelas irmãs Wachwoski (da trilogia Matrix e da série Sense8), o longa é um thriller eletrizante que rendeu uma das mais famosas cenas de sexo lésbicas da história do cinema. A história gira em torno da ex-presidiária Corky (Gina Gershon) que ao fazer um trabalho como encanadora conhece o mafioso Caesar (Joe Pantoliano) e sua esposa Violet (Jennifer Tilly). As mulheres se envolvem e planejam, juntas, roubar uma bolada que está sob os cuidados de Joe. Mas algo começa a dar errado.
4. A Gaiola das Loucas
Falso moralismo dá o tom aqui, uma daquelas raras refilmagens que nada ficam a dever ao original. Versão norte-americana do pequeno e homônimo clássico francês de 1978, o longa traz Robin Williams e Nathan Lane brilhando como um casal dono de uma tradicional boate de shows de drag queens. Os quiprocós começam quando o filho de um deles resolve se casar com a filha de um senador hipócrita e preconceituoso e pede que o casal de homens se passe por uma tradicional família conservadora. Além do elenco, a direção do genial Mike Nichols ajudou a fazer essa comédia se destacar.
5. Falsa Moral
Neste drama britânico, o garoto Oliver (Sam Bould) vive com a mãe e o padrasto e passa fins de semana com o pai, Martyn (Martin Donovan). O homem nota que Oliver está sempre com hematomas pelo corpo e desconfia que o filho esteja apanhando do padrasto. Como a ex-mulher não lhe dá ouvidos, Martyn vai à Justiça requerer a custódia do filho, mas esbarra em mentiras e preconceito e vira o réu do caso por causa de seu relacionamento com Tom (Ian Hart).
6. Um Tiro para Andy Warhol
A tentativa de assassinato do artista criador da pop art é o mote para contar um pouco de sua história. A feminista lésbica Valerie Solanas (Lily Taylor) conhece o efervescente underground nova-iorquino e tenta convencer Warhol (Jared Harris) a produzir sua peça. Enquanto fica presa num contrato para escrever um romance pornográfico, Valerie passa a elocubrar que todos estão lhe usando. Destaque para Candy Darling, atriz transexual e uma das musas do artista interpretada com maestria por Stephen Dorff.
7. Lírios
Delícado longa canadense situa a história numa prisão, onde um bispo, Jean Bilodeau (Marcel Sabourin), vai ouvir a confissão de um prisioneiro, Simon Doucet (Aubert Pallascio) condenado à morte. Lá, Doucet pede que o religioso assista a encenação de uma peça, que se passa 40 anos antes, realizada pelos detentos e que trata da juventude de ambos, quando eram amigos.
8. O Livro de Cabeceira
Ewan McGregor está lindíssimo em um de seus primeiros êxitos no cinema. Dividido em capítulos, o longa de Peter Greenaway tem visual e narrativa elaborados e rigorosos, marca do cineasta. Obcecada por caligrafia, Nagiko (Vivian Wu), procura o amante perfeito e que saiba escrever em seu corpo. Ela acaba encontrando Jerome (McGregor), que a convence do contrário: escrever no corpo dele. A moça começa a escrever um livro que envia a um podesoso editor nos corpos nus de homens. As coisas fogem do controle porque seu amado Jerome também é amante do editor.