O influenciador digital Bruno Sartori foi alvo de "cancelamento" no Twitter por causa de mensagem dele sobre o assassinato do aposentado e negro João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, em unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre, na quinta-feira 19.
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Na madrugada desta sexta, Bruno escreveu no Twitter: "Medo de comprar algo no Carrefour e sair de lá pra algum IML".
Inúmeros seguidores criticaram Bruno pelo post chamando-o de racista e alegando que, como pessoa branca, ele não deveria se ver em risco.
As críticas aumentaram após o influenciador publicar vídeo com parte do corpo à mostra com pedido de elogios.
Outros seguidores o defenderam afirmando que era questão de saber interpretar o texto e ver que Sartori, conhecido por fazer vídeos de deep fakes críticos a Jair Bolsonaro, se via em risco por também poder ser alvo de discriminação.
No início da tarde, Bruno, que é gay, publicou pedido de desculpas.
"Fiz uma declaração muito errada no meio da madrugada sobre a lamentável morte de Alberto Silveira Freitas, espancado violentamente no Carrefour. Desculpem meu erro e ofensas. Apaguei minha postagem, e estou lendo cuidadosamente as merecidas críticas que recebi."
A seguidores, ele justificou sua mensagem afirmando que pela sua sexualidade sentiu que poderia também ser vítima da truculência do supermercado.
"Perdão de coração. Senti que poderia ser uma das vítimas também devido a minha sexualidade, todavia, não tem justificativa. Eu entendo sua colocação. Eu me referia ao histórico de vidas perdidas no Carrefour. Já morreu jovem asfixiado, funcionária com bala perdida, cachorro, esconderam o corpo de um funcionário... Me preocupa o fato de que eu, você ou outros também possamos ser vítimas um dia."
Com mais de 180 mil seguidores no Twitter e quase 450 mil no Instagram, Bruno se consagrou como deepfaker, o efeito de trocar o rosto da pessoa em vídeos.
Seu alvo favorito é o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que é retratado de forma jocosa.