Bastante popular nos anos 1990, quando estrelou filmes como George: o Rei da Floresta (1997) e A Múmia(1999), Brendan Fraser caiu no ostracismo em Hollywood e ele alega que parte da culpa é por uma situação de assédio a que foi submetido.
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O ator, hoje com 49 anos, diz que em um almoço em 2003, o então presidente da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), Philip Berk, o tocou sem seu consentimento.
"Sua mão esquerda alcança, agarra a bochecha esquerda da minha bunda e um de seus dedos toca em volta do meu ânus. E ele começa a movê-lo", revelou Fraser à GQ.
"Eu me sentia mal. Eu me senti como uma criança pequena", desabafou. "Eu pensei que fosse chorar".
À época, após o encontro, os agentes do ator pediram uma retratação de Berk. À reportagem, ele confirma isso, mas chama a denúncia de Fraser de "fabricação total". "Minhas desculpas não admitiram nenhum erro, o usual. Foi tipo 'se eu fiz qualquer coisa que aborrecesse o Sr. Fraser, não foi minha intenção e peço desculpas'."
Fraser conta que as pessoas lhe perguntam o que aconteceu com sua carreira e ele diz que se tornou recluso após o episódio. Fato é que justamente após 2003 seus trabalhos diminuíram. Ele só voltou a ter uma filmografia mais constante dez anos depois, em filmes de pouca repercussão. Nos últimos três anos, voltou-se à séries de TV.
"Ainda estou com medo? Sem dúvida", disse. "Eu me culpava e me sentia miserável - porque eu dizia 'Isto não é nada, mas eu não lembro de quando voltei a trabalhar depois daquele verão."
A HFPA é a organizadora do Globo de Ouro, que neste ano viu praticamente todas as atrizes vestirem preto pela campanha #MeToo em apoio às mulheres que sofreram abuso sexual na indústria do cinema. Berk estava no evento. Fraser diz que desde 2003 ele raramente é convidado a ir ao prêmio.