Salma Hayek foi a mais recente voz a se levantar contra Harvey Weinstein, famoso produtor de Hollywood que enfrenta mais de 40 acusações de assédio e estupro contra atrizes.
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A intérprete de Frida Khalo no cinema fez um desabafo em artigo publicado pelo jornal The New York Times, na quarta-feira 13.
A atriz conta que Weinstein se tornou seu "monstro" assim que conseguiu que o produtor se encarregasse de tocar justamente Frida (2002), sobre a pintora mexicana.
Ela diz que o seu dia a dia consistia em dizer "não" ao produtor. "Não tomar banho com ele. Não deixá-lo me ver tomando banho. Não deixá-lo me fazer massagem. Não deixar uma amiga nua dele me fazer massagem. Não deixá-lo me fazer sexo oral. Não me despir com outra mulher", diz.
Salma revela que "cada rejeição" era acompanhada da “fúria maquiavélica de Harvey". Em certa ocasião, o produtor chegou a lhe dizer: "Vou te matar. Não pense que não sou capaz."
A atriz acredita que só não foi estuprada por conta de sua amizade com o ator George Clooney e o diretor Quentin Tarantino. Ela escreve que assim que Weinstein percebeu que não conseguiria favores sexuais seus, ele tentou se desvincular do projeto.
Salma arrecadou dinheiro por conta própria para continuar tocando o filme, um projeto de anos em que estava envolvida. Ainda assim, Weinstein permaneceu vinculado e focou, então, seu assédio sexual nas cenas.
O produtor exigiu que houvesse uma sequência de sexo lésbico entre Salma e Ashley Judd, que interpretava Tina Modotti. A diretora do filme, Julie Taymor, tentou convencê-lo de que seria uma cena de tango entre elas que terminaria em beijo.
"Nesse momento, ficou claro para mim que ele não me deixaria acabar o filme sem realizar sua fantasia, de um jeito ou de outro”, escreve Hayek, que acabou gravando a cena. No dia da filmagem, a atriz passou mal, vomitou, deixando a equipe surpresa, já que ninguém sabia o porquê da cena ter sido incluída.
Quando o longa ficou pronto, Weinstein disse que ele não era bom o suficiente e queria colocá-lo diretamente em vídeo. A diretora conseguiu que ele estreasse pelo menos em uma sessão em Nova York, e o filme foi um sucesso, ganhando respeito dos críticos e seis indicações ao Oscar, incluindo melhor atriz para Salma.
Em comunicado ao site Deadline, Weinstein negou as acusações.
