Após temporadas de sucesso em São Paulo e no Rio de Janeiro, em 2021, o espetáculo Naquela Noite Eu Olhei pela Janela e Vi a Lua Morrer retorna para novas apresentações na capital paulista a partir de 3 de junho.
Escrita e estrelada pelo ator Ricardo Brighi, e com direção de Wesley Leal e do próprio Brighi, a peça compartilha com o público algumas lembranças de um homem de 60 anos, gay e solitário.
Numa tarde, ele recorda o passado, questiona o presente e duvida do futuro. Trata-se de uma peça-denúncia sobre o envelhecer do gay numa comunidade na qual o ideal de beleza e juventude são intensos demais.
Ricardo Brighi escreveu o texto motivado pelo que viveu, mas também por depoimentos que leu e ouviu.
Na narrativa, o personagem propõe reflexão e diálogo sobre os gays maduros que, por conta da idade e do corpo físico muitas vezes “imperfeito”, são excluídos da possibilidade de amar, de ter com quem compartilhar dias mais felizes.
"A eles sobra a janela aberta e, através dela, a companhia do vento, dos raios solares e da brisa da noite”, diz o autor em tom poético.
Para escrever o texto, Brighi foi pesquisar entrevistas, estudos, reportagens. Nelas, constatou que a solidão é uma dor (ou não) que acompanha muitos gays, especialmente os maduros. “Alguns aprenderam a conviver com ela e até gostam. Outros sentem o incomodo e a aflição da lacuna”, afirma o autor.
Naquela Noite Eu Olhei pela Janela e Vi a Lua Morrer é um monólogo costurado com linhas e retalhos diversos, autobiográficos e ficcionais.
O personagem não tem nome, pode ser qualquer um de nós. Os objetos que formam o cenário refletem o passado, a memória.
O velho baú, talvez do fim do século 19, invade os tempos modernos e guarda recordações. Dentro dele cada objeto tem sua essência. Alguns precisam ser descartados. Alguns precisam ser preservados. Cabe ao personagem decidir, escolher o que vai jogar fora. Talvez esteja aí a chave para a felicidade.
Naquela Noite Eu Olhei pela Janela e Vi a Lua Morrer faz temporada às sextas e sábados até 25 de junho no Teatro Commune, na Consolação, região central de São Paulo. Mais informações você tem em nossa Agenda.