Hugo Bonemer e Daniel Rocha falam de 'Frames' e personagens gays

Atores estão em cartaz no Teatro MorumbiShopping com peça que intercala 4 histórias

Publicado em 08/09/2017
Hugo Bonemer e Daniel Rocha falam de Frames, que aborda homofobia e falam sobre personagens gays
Hugo Bonemer e Daniel Rocha vivem vários personagens em 'Frames'

Em cartaz com o espetáculo Frames, no Teatro MorumbiShopping, em São Paulo, Hugo Bonemer e Daniel Rocha conversaram com o Guia Gay São Paulo a respeito da temática LGBT.

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Na peça, escrita por Franz Keppler, os atores vivem diversos personagens em quatro esquetes. Todas abordam questões contemporâneas, como a incomunicabilidade, a violência e os relacionamentos.

Em uma das histórias, "Era pra ser só uma festa", a homofobia é o tema. "O nosso teatro tem o objetivo de estimular o espectador a gostar de conviver com quem é diferente", disseram. "Sugerir que é possivel e divertido procurar entendimento."

Bastante física, a montagem aproxima literalmente os atores, que estão quase sozinhos no palco - com o mínimo de objetos e cenário - e compõem com seus corpos as situações. Ora interpretando personagens masculinos, ora femininos, ambos os diferenciam com pequenas nuances. A intenção é que cada espectador crie a sua própria cena na cabeça.

Com essa proximidade de corpos tão grande, não deu para não imaginar algo homoerótico. Questionados, eles respondem que cada leitura é válida. "A peça só passa a fazer sentido quando o espectador desiste de entender o que nós queremos dizer, e assume a posição de criador. Cada uma das 250 pessoas vai costurar as cenas de maneira diferente. Já que a peça fala de pessoas que pensam e são biologicamente diferentes, nada mais justo que essa experiência transcenda o texto e passe pela experiência que vivemos em conjunto na sala de teatro."

Esta não é a primeira experiência no teatro que trata de LGBT para Hugo. Este ano, o ator já pôde ser visto no Rio de Janeiro com Yank!, o Musical, que falava de um casal de soldados gays. A nossa reportagem, o gato diz que pretende trazer o espetáculo a São Paulo no próximo ano. "O amor próprio é, ao meu ver, a grande conquista do personagem e é o que cria empatia com qualquer público. Pra chegar ali, ele precisa de muita coragem, o que se torna outro fator de empatia."

Daniel também já foi visto antes em um personagem gay, mas na TV. Em Avenida Brasil (2012), o paulistano viveu Roni, que morria de amores por Leandro (Thiago Martins). O final ambíguo criado pelo autor João Emanuel Carneiro, que inventou um triângulo amoroso com os dois e a personagem de Ísis Valverde, não o incomodou.

"Cada pessoa tem uma experiência de vida. A do Roni foi essa, naquele momento da vida dele que acompanhamos na televisão, e a última lembrança que tenho dele é de estar feliz. Se ele ficou feliz, eu fico também", afirmou.

Frames está em cartaz de sexta a domingo até 24 de setembro. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.


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