Estreia: suspense com porteiro obcecado pelo vizinho é tema de filme

'Quando o Galo Cantar pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe' fala de relação conflituosa entre mãe e filho gay

Publicado em 23/11/2017
Fernando Alves Pinto é porteiro gay e esquizofrênico no filme Quando o Galo Cantar pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe
Fernando Alves Pinto e Catarina Abdalla são mãe e filho no longa de Aaron Salles Torres

Uma relação conflituosa entre mãe e filho move o longa Quando o Galo Cantar pela Terceira Vez Renegarás Tua Mãe, que estreia nesta quinta-feira 23 em São Paulo.

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Dirigido pelo estreante Aaron Salles Torres, o suspense tem clima tão sufocante quanto o espaço onde se desenrola boa parte da história. 

Em um pequenino apartamento na Zona Sul carioca, Inácio (Fernando Alves Pinto) vive em clima de guerra com a mãe, Zaira (Catarina Abdalla). 

O rapaz herda a função de porteiro deste mesmo prédio do pai, que está morrendo. Com a função, ele também passa a sustentar a casa.

Esquizofrênico funcional, Inácio é obcecado por um dos moradores do prédio, o gostosão Antônio (Lucas Malvacini, o Anjinho, namorado do Félix na novela Amor à Vida).

Para satisfazer seu desejo incontrolável, o porteiro invade a privacidade do morador, o que pode lhe causar sérios problemas a qualquer momento. 

Em casa, a relação de Inácio com a mãe só piora. A homofobia, a desesperança e frustração de Zaira rendem agressões físicas e verbais, humilhações e descontrole entre os dois.

E há ainda o galo (ou seria uma galinha?) em pé na pia da cozinha assistindo a tudo. A panela de pressão está prestes a explodir a qualquer momento.

A inspiração do filme veio de um caso real, segundo o diretor. "Histórias reais me inspiram. Digeri-las, registrá-las e recontá-las ao grande público é o que me move, passando adiante a mensagem e a reflexão que essas narrativas trazem."

Formado em Cinema pela School of the Art Institute of Chicago, dos Estados Unidos, onde morou por 10 anos, Torres sempre foi apaixonado pela sétima arte. Dentre seus próximos projetos, está a de um filme sobre encontros por meio do Grindr e ambientado no Rio de Janeiro.

Durante o tempo que viveu fora - entre os 19 e 29 anos - o diretor acostumou-se com a diversidade. No Brasil, no entanto, diz que se incomodava com comentários pejorativos de diretores e produtores do meio cinematográfico, como "aquele veadinho fez isso", "aquela bicha louca fez aquilo". Isso o fez voltar para o armário para se defender.

A sua paixão por fotografia, no entanto, o fez se apaixonar pelo Instagram e, lá, saiu do armário novamente e tornou-se referência a jovens gays. 

"Pessoas que não me conheciam começaram a me abordar e agradecer por mostrar que não há nada pelo que se envergonhar por ser gay. Passei a receber, também, relatos de jovens e adolescentes que são expulsos de casa ou sofrem violência por sua orientação sexual e que me têm como exemplo", comenta.

Informações sobre onde e quando assistir ao filme você tem em nossa Agenda clicando aqui.

 


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