A solidão dos gays maduros e idosos é o tema de Naquela Noite Eu Olhei pela Janela e Vi a Lua Morrer, espetáculo que retorna aos palcos paulistanos.
Ricardo Brighi, que está sozinho em cena, é também o autor do texto que fala de um homem de 60 anos.
Numa tarde, ele recorda o passado, questiona o presente e duvida do futuro.
Trata-se de uma peça-denúncia sobre o envelhecer do gay numa comunidade na qual o ideal de beleza e juventude são intensos demais.
Brighi - que codirige a montagem junto a Wesley Leal - escreveu o texto motivado por fatos que viveu e depoimentos que leu e ouviu.
Na narrativa, o personagem propõe uma reflexão e diálogo sobre os gays maduros que, por conta da idade e do corpo físico muitas vezes “imperfeito”, são excluídos da possibilidade de amar, de ter com quem compartilhar dias mais felizes.
"A eles sobra a janela aberta e, através dela, a companhia do vento, dos raios solares e da brisa da noite”, diz o autor em tom poético.
No processo de escrita, Brighi pesquisou entrevistas, estudos e reportagens. Neles, constatou que a solidão é uma dor (ou não) que acompanha muitos gays, especialmente os maduros.
"Alguns aprenderam a conviver com ela e até gostam. Outros sentem o incomodo e a aflição da lacuna”, afirma o autor.
Naquela Noite Eu Olhei pela Janela e Vi a Lua Morrer já fez temporadas de sucesso em 2021 e 2022.
O espetáculo volta ao Teatro Commune, na Consolação, para sessões às sextas-feiras, às 21h, entre 3 e 31 de março.