O vírus HIV é o cerne do espetáculo A Doença do Outro, que reestreia em São Paulo neste sábado 5.
Com direção de Fabiano Dadado de Freitas e texto e atuação de Ronaldo Serruya, a montagem tem formato de "palestra-performance".
Serruya recebeu diagnóstico de HIV-positivo em 2014. Após período de elaboração com seu novo status, o ator encontrou nos discursos artísticos uma maneira de debater, criticar e confrontar a construção dos estigmas em torno da doença.
"Para a maioria, o corpo portador do HIV é um corpo perigoso, recusado, fracassado e sigiloso", aponta. "Escrever a peça era um sonho antigo, agora materializado como forma de recusar o silêncio e a culpabilização."
Para ele, nesses 40 anos de HIV no mundo, os avanços científicos foram enormes, mas o preconceito e a sorofobia fazem do HIV uma doença social.
Como diretor, Dadado traz para a encenação um tom de convocação reconhecendo as questões trazidas pelo texto.
"Apostamos no formato de palestra-performance, mas em uma construção conjunta com a plateia", adianta.
Ele ainda conta que a opção pelo uso de várias projeções ajudará nesse contato mais direto com o público. Ao longo do espetáculo a performance invade a palestra.
O espetáculo faz temporada de sábado a segunda até dia 21 no Teatro de Contêiner Mungunzá. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.