Tratada, hoje, no Brasil de forma exemplar para o restante do mundo - com medicamentos 100% subsidiados pelo governo - a aids já enfrentou inúmeras barreiras, mas também foi bandeira de muitos que desde o início da epidemia se levantaram para combatê-la.
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No final dos anos 1980, o Act Up tornou-se o principal grupo a lutar pelos direitos soropositivos e também soluções do governo e da sociedade na França. É nele e sobre ele que se passa o longa 120 Batimentos por Minuto, que estreia nesta semana na cidade.
O próprio diretor e roteirista do filme, Robin Campillo militou na entidade, entre 1992 e 1994. Era uma época em que ainda não existiam os antirretrovirais e as pessoas deixavam de pegar nas mãos de uma pessoa com HIV.
"Há mais de 20 anos tentava fazer esse filme. Na época, já havia tentado, com roteiros que não foram adiante", explicou Campillo ao jornal O Estado de São Paulo. "Acho que precisava de distanciamento, e tem mais. Vivemos uma época de egocentrismo, em que é preciso retomar, na arte e na vida, a importância de projetos coletivos. E, sim, as pessoas estão se esquecendo do perigo. Depois de décadas de recuo, os números da aids voltaram a crescer, e entre jovens."
O longa mostra o início do relacionamento entre Nathan (Arnaud Valois), que acaba de entrar no grupo, e Sean (Nahuel Pérez Biscayart), um dos membros fundadores. Biscayart tem recebido elogios dos críticos e foi aplaudido de pé no último Festival do Rio.
Na mais recente edição do Festival de Cannes, palco da estreia do longa, 120 Batimentos por Minuto levou o Grande Prêmio do Júri e a Queer Palm, dedicada ao melhor filme de temática LGBT do evento. Também foi o indicado pela França ao Oscar 2018 de melhor filme estrangeiro, mas não ficou dentre os semifinalistas já anunciados pela Academia.
Em nossa Agenda você tem os locais e horários de exibição do longa.
