Viúvo disse ter pressentido morte de brasileiro na Austrália

Casal firmou união estável no Brasil e havia trocado o país há apenas um mês e meio

Publicado em 14/11/2023
Casal gay na Austrália
Carlos Eduardo e William: mudança havia sido planejada desde março

Um casal gay foi separado por um acidente na Austrália e o viúvo disse ter pressentido a morte do marido.

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Na quinta-feira 9, o enfermeiro William Lodi, de 36 anos, pilotava uma moto quando se chocou com um veículo na estrada. Ele recebeu atendimento de paramédicos, mas morreu no local.

O marido, Carlos Eduardo Rech, acredita que William se confundiu com o posicionamento na estrada, que seguia a mão inglesa.

Os dois são de Caxias do Sul (RS). Em março, iniciaram o plano de deixar o país e, em setembro, se mudaram para Sydney. Eles também firmaram união estável.

Na semana passada, Carlos veio ao Brasil, sozinho, para visitar a irmã mais nova, que estava hospitalizada. Foi o próprio marido que o incentivou a passar uns dias no País para cuidar da moça.

Eles mantinham contato constante. Na noite do acidente, Carlos começou a ficar preocupado com a demora da resposta do marido.

"Nós estávamos nos falando e, de repente, ele não respondeu uma mensagem minha. Foi passando o tempo e não respondia. Eu sentia que era alguma coisa grave, que algo tinha acontecido, porque nunca na vida ficou sem me responder mais do que quinze minutos. Nunca! Eu passei o dia angustiado na quinta-feira, das 10h até às 20h", disse Carlos ao G1.

Um amigo do casal, na Austrália, foi ao apartamento deles e, sem encontrar William, buscou a polícia. As autoridades informaram sobre o acidente.

"Ele era uma pessoa 'muito coração'. Uma pessoa incrível. Ele estava muito contente vivendo lá. Estava vivendo o sonho dele, estava deslumbrado. (Estava) em êxtase e tudo isso terminou. É um final muito triste."

"Foi o fim de um sonho, um sonho de vida nosso. A mãe dele perdeu o único filho que ela tinha, eu perdi o amor da minha vida, os amigos perderam um cara muito especial. Não tinha quem não gostasse dele", lamentou.

Carlos disse não ter forças para retornar à Austrália. Ele conta com ajuda de amigos que estão lidando com as autoridades. Por causa da burocracia local, o corpo só será transladado em três semanas.

Em sua última postagem no Instagram, há duas semanas, William estava eufórico por ter tomado a decisão de se mudar, de seguir seus sonhos, e comemorava um mês na Austrália.

"Me sinto VIVO, aprendendo coisas novas e lidando com experiências diferentes", escreveu o enfermeiro. "A estabilidade não me atrai, uma vida previsível também não, desde muito jovem fui aventureiro, fiz meu primeiro intercâmbio com 19 anos e depois disso quase fui um nômade hehehe Tem pessoas que se sentirão bem ao fazer as mesmas coisas todos os dias, é questão de perfil e estilo de vida. Eu gosto é de desbravar, sentir novos sabores, conhecer novas pessoas, viver e viver experiências. Esse sou eu. Na outra ponta, também abro mão de estar com quem eu amo, de constituir uma família, não ter uma carreira formal. O famoso ônus e bônus. O mais importante é você estar alinhado com as suas atitudes, é estar tentando "fazer virar", independente do que seja. Desejo sucesso para todos os nossos projetos e planos, sem esquecer que o dia de hoje é o mais importante. Viva seus sonhos! 1 mês nesse paraíso".

 

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