Quem acompanhava a movimentação do Senado brasileiro nos últimos anos com certeza deparou-se com a homofobia de Magno Malta (PR).
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Após um mandato como deputado estadual (1995-1999) e outro como federal (1999-2003), pelo Espírito Santo, Malta chegou ao Senado, em 2003, e de lá parecia que não sairia mais. Mas saiu!
Neste domingo 7, os eleitores capixabas deixaram o político em terceiro lugar e não o reelegeram após dois mandatos consecutivos de oito anos cada no Senado.
O senador, que chegou a ser cogitado para ser vice na chapa do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), coleciona inúmeras declarações - e ações no Congresso -contra LGBT.
Em 2015, do púlpito do plenário, citando a Bíblia a cada 30 segundos, disse, segundo o Diário do Centro do Mundo: "Se você não aplaude o homossexualismo, é homofóbico. Somos todos homofóbicos, então (...) Fui eleito pelos que acreditam em família nos moldes de Deus, macho e fêmea. Fora isso é anomalia."
Quatro anos antes, em entrevista ao extinto portal Mix Brasil, de acordo com o Gospel Mais, Malta afirmou que o Brasil não era homofóbico e que homossexuais sofrem uma discriminação "sutil", comparando-os aos anões em relação ao nível de preconceito.
"O Brasil não é homofóbico", disse. "O brasileiro convive sem guerra ou violência física com as diversidades de raça, credo, ideologia política e até mesmo social. Homofobia é agressão, violência truculência, crueldade. (...) De forma sutil, o pobre, o homossexual, o negro, índio, evangélico, judeu, anão, obeso, idosos e até mulheres são vítimas de discriminação."
À época, ele assim se justificava para não votar a favor do Projeto de Lei 122/2006, da então deputada Iara Bernardi (PT), que aprovaria a penalização contra a discriminação a LGBT.
Em outra ocasião, Malta chegou até a dizer que renunciaria ao mandato caso o PL fosse aprovado. "Se o projeto de lei 122, que excita a criação de um terceiro sexo, for aprovado, com dignidade de cristão, renuncio do mandato de senador."