Polícia investiga morte de jovem gay em clínica de estética

Empresário de 27 anos perdeu a vida após ser submetido a um peeling de fenol

Publicado em 04/06/2024
Jovem gay morre após peeling de fenol
Técnica é agressiva e deve ser feita por médicos, diz dermatologista. Foto ilustrativa

A polícia de São Paulo investiga a morte de um empresário de 27 anos após ele ter se submetido a um procedimento estético chamado peeling de fenol.

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Henrique da Silva Chagas foi do interior para a capital paulista, nesta segunda-feira 3, junto com o marido, até à clínica da esteticista e influenciadora Natalia Becker.

Segundo a Folha de S.Paulo, em depoimento à polícia, o marido do empresário contou que Henrique procurava há algum tempo um lugar para realizar o procedimento e escolheu a clínica após pesquisas na internet.

Eles chegaram ao estabelecimento, que fica no Campo Belo, bairro nobre da zona sul de São Paulo, por volta de 10h. 

Jovem gay morre após fazer peeling de fenol
Henrique faleceu poucos minutos após o procedimento

Henrique foi submetido a uma limpeza de pele e depois teve um anestésico tópico aplicado no rosto. Foi realizada uma raspagem para que o fenol fizesse efeito e tudo terminou cerca de meio-dia.

Pouco depois, quando o companheiro foi vê-lo, Henrique tremia e dizia estar com dores. Ele passou a apertar a mão do marido e respirar pela boca com força. O marido gritou por ajuda e Natalia e outras funcionárias apareceram.

O marido de Natalia, coproprietário da clínica, chegou antes dos socorristas e tentou reanimar Henrique, que estava desmaiado. Quando o Samu chegou ao local, foi constatada a morte do jovem.

À polícia, o coproprietário afirmou, segundo a reportagem, que por ser um procedimento superficial não é exigido nenhum exame anterior.

Natalia passou mal com a situação e foi encaminhada a um posto de saúde da região.

O caso é investigado pelo 27º DP (Campo Belo).

O peeling de fenol é bastante procurado por pacientes que querem diminuir flacidez e rugas, mas também para atenuar marcas de acne e manchas no rosto, por exemplo.

A técnica promove a renovação das células por meio da descamação e é considerada invasiva e agressiva, por provocar uma queimadura química profunda.

Ao portal Drauzio Varella, a dermatologista Deise Parada, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, disse, em 2022, que "a agressividade e penetração das substâncias utilizadas são cardiotóxicas, hepatotóxicas e também podem comprometer os rins, obrigam que o paciente seja avaliado sob esses três aspectos antes de se submeter a esse procecimento".

De acordo com a profissional, é uma técnica que precisa ser realizada por um médico, com consultas e exames prévios, em ambiente hospitalar ambulatorial e de preferência com presença de anestesista.


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