A pessoa suspeita por matar cinco frequentadores da boate gay Club Q, nos Estados Unidos, e ferir outras 17 identifica-se como não-binária.
Anderson Lee Aldrich, de 22 anos, apresentou-se a um tribunal na quarta-feira 23. Aldrich estava com vários hematomas no rosto - a agressão foi resposta de clientes do local quando a prisão foi feita.
No sábado 19, Aldrich atirou em dezenas de pessoas no clube que fica na cidade de Colorado Springs e só parou quando um veterano do Exército puxou a sua arma.
Aldrich usa os pronomes neutros "they/them" em inglês que não têm correspondentes na língua portuguesa. Pessoas não-binárias não se identificam inteiramente com os gêneros masculino ou feminino e estão sob o guarda-chuva da sigla "T", ou seja, são transexuais.
No processo, Anderson teve tratamento como "Mx Aldrich" (forma neutra informal, em inglês, para não escrever "senhor" ou "senhora"). O promotor do caso, no entanto, se referiu a Anderson com pronome masculino, em coletiva de imprensa após a audiência, e disse que o "gênero do suspeito não mudaria nada no caso" em sua opinião e que Aldrich era "fisicamente competente" para enfrentar as acusações.
A próxima audiência está marcada para 6 de dezembro e Aldrich deve receber acusações de assassinato e crimes de ódio - quando são motivados por raiva contra um grupo específico da população.
Onze das pessoas feridas no ataque continuam internadas.
Até 2016, Aldrich atendia pelo nome de Nicholas Franklin Brink. A pessoa, então, fez uma petição para cortar quaisquer laços com o pai biológico, que tem histórico criminal, incluindo violência doméstica contra a mãe de Anderson.
Seu pai, Aaron Brink, é ex-ator pornô e lutador de MMA. Ao saber sobre o tiroteio do sábado, Aaron disse: "Você sabe que os mórmons não são gays, né? Não somos gays. Na há gays na igreja mórmon".
Ele comentou que sempre elogiou o comportamento violento de Aldrich, mas que "não há desculpa para matar pessoas. Se você está matando pessoas, há algo errado. Não é a resposta".
A mãe de Aldrich também tem histórico criminal. Laura Voepel foi condenada, em 2012, a cinco anos de liberdade condicional no Texas por incendiar cama de uma instituição psiquiátrica onde estava internada. Ela teve problemas ainda com embriaguez e posse de drogas.
O avó de Aldrich, Randy Voepel, é deputado pelo Partido Republicano no Estado da Califórnia e vota constantemente contra direitos de pessoas LGBT.
Aldrich já havia tido uma prisão, em 2021, após sua mãe relatar que Aldrich levou uma bomba caseira para tentar matá-la em sua casa.
As cinco vítimas ate agora do tiroteiro são Raymond Green Vance, jovem de 22 anos que estava economizando dinheiro para conseguir comprar seu próprio apartamento; Ashley Paugh, 35, uma mãe que ajudou a encontrar lares para filhos adotivos; Daniel Aston, 28, que trabalhou no clube como bartender e performer; Kelly Loving, 40, cuja irmã a descreveu como "carinhosa e doce"; e Derrick Rump, 38, outro barman conhecido por sua inteligência.
