Homossexuais tiveram marcas históricas nas eleições federais peruanas realizada no domingo 11. A mulher mais votada para o Congresso Nacional foi a lésbica Susel Paredes (Partido Roxo). O gay Alejandro Cavero (Avança País) também será congressista. No total, havia cinco candidaturas arco-íris.
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A advogada Susel, 57 anos, tem extensa trajetória política. Em 2006, ela foi a primeira candidata abertamente lésbica do país. Agora, na terceira tentativa, ao conseguir cerca de 59 mil votos, ficou em quarto lugar no ranking geral de todas candidaturas. Sua ideia inicial era ser candidata a presidente.
Casada há quatro anos no EUA, luta na Justiça para ter a relação validada no Peru, um dos países mais atrasados da América do Sul em direitos LGBT.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo não é permitido, a adoção por casais homo é vetada e pessoas trans só podem mudar de gênero legalmente por meio de processo judicial, por exemplo
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Alejandro, também advogado, trabalhou como jornalista, tem 28 anos e amealhou 23 mil votos.
Seu partido é liberal. Ele é contra a legalização do aborto e afirma que prefere votar para que o matrimônio oficial acabe no Peru e todas pessoas só possam ter união civil. Na opinião dele, casamento é termo muito ligado à religião.
Com mais esses dois congressistas (no Peru não há Câmara alta nem baixa), o país completa cinco pessoas homossexuais que já chegaram a esse poder. Nunca houve uma pessoa trans tampouco uma bissexual.
O pioneiro foi Carlos Bruce (parlamentar desde 2006 e que se assumiu em 2014). Em seguida, em 2016, veio Alberto de Belaunde, que foi o segundo mais votado do país em 2020 no ranking geral.
Nesse mesmo ano, Miguel Gonzáles também foi eleito. Essa votação foi causada pela dissolução do parlamento. O mandato se encerra em 2021.
Há 130 congressistas federais no país com mandatos de cinco anos.