Morte de travesti no Arouche não tem ligação com bolsonarista

Imagens de câmeras da região mostram jovem beijando o suspeito

Publicado em 26/10/2018
Crime: travesti é morta no Largo do Arouche, em São Paulo
Região central de São Paulo foi palco do crime em 16 de outubro

Foi preso o suspeito de assassinar a travesti Jéssica Gonzaga, de 25 anos, no Largo do Arouche, região central de São Paulo.

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Na madrugada da terça-feira 16, Jéssica foi morta dentro de um estabelecimento da região, Bar e Bilhar Fortaleza. Vizinhos teriam ouvido xingamentos e frases como "Bolsonaro, sim" e "Com Bolsonaro presidente, a caça aos 'veados' vai ser legalizada" durante a ação.

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Segundo o site do ativista Helcio Beuclair, a polícia trabalha com hipótese de crime passional e não crime de ódio, como ativistas e mídia supunham.

Câmeras de segurança da área mostram que antes da briga que resultou no assassinato, Jéssica e o suspeito aparecem se beijando. Ativistas do movimento trans teriam visto as imagens e confirmado a sua veracidade.

O suspeito foi identificado como Armando Vila Real Filho, de 28 anos, natural de São Paulo. De acordo com a polícia, o homem brigou com Jéssica dentro do bar e desferiu seis facadas em frente a várias testemunhas.

Jéssica havia sido nomeada erroneamente por parte da militância e da imprensa como "Priscila". Ela não portava documentos e morreu enquanto era levada à Santa Casa de Misericórdia.

Uma prima de terceiro grau de Jéssica reconheceu o corpo no Instituto Médico Legal (IML). No entanto, como o corpo só poderia ser liberado por um parente mais próximo, uma avó de Jéssica veio de Goiás. A jovem, que era natural de Goiânia, foi enterrada nesta sexta-feira no Cemitério São Luís, Zona Sul da capital.

A apuração da polícia junto a testemunhas, segundo o site, acredita que os gritos pró-Bolsonaro foram realizados por espectadores do crime, moradores da região, de suas janelas.

Jéssica juntava dinheiro para realizar dois sonhos: colocar próteses nos seis e fazer a cirurgia de redesignação sexual.


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