Milhares de senegaleses saíram às ruas para pedir endurecimento de pena aos homossexuais.
Segundo a Rádio França Internacional, o protesto foi convocado pelo coletivo And Sam Djiko Yi (Juntos Protegemos Nossos Valores) e reuniu membros de mais de 125 associações da nação africana.
Em Dakar, capital do Senegal, manifestantes levantavam cartazes, no domingo 20, exigindo que a pena passe de cinco para dez anos e que se torne explícita a proibição da homossexualidade no país.
Esses e outros pedidos estão no texto de projeto de lei que foi derrubado pelo parlamento.
O presidente do país, Macky Sall, se defende afirmando que o Senegal já penaliza gays e lésbicas pelo artigo 319 do Código Penal que condena "atos contra a natureza e de atentado ao pudor".
Além da pena de detenção que pode chegar a cinco anos, a Constituição local determina pagamento de multa no valor de até 1.500.000 francos CFA (cerca de R$ 13 mil).
Com a mudança, pelo projeto de lei, homossexuais não só ficariam mais tempo presos. A multa subiria para 5 milhões de francos CFA (por volta de R$ 45 mil).
"Nossa proposta consiste em endurecer a pena", disse o imã Pape Birame Sarr, do coletivo organizador da passeata.
"A homossexualidade não existe em nossos valores, nem na nossa fé. A exemplo da poligamia, que é proibida em vários países, aqui proibimos a homossexualidade."
Dentre os muitos universitários presente, o estudante de Aminata Sow, fazia coro. "A homossexualidade ainda não foi completamente criminalizada aqui. Isso é um grande problema porque nossa cultura não aceita homossexuais, nem nossas religiões. A homossexualidade não pode ser tolerada no Senegal."
A maioria esmagadora do país (cerca de 96%) segue a religião muçulmana - os outros 4% da população são cristãos.