Soma até há pouco improvável tem se consolidado na Itália. Lésbicas e feministas têm se unido a partidos de direita e à Igreja Católica contra projeto de lei que pune o ódio a LGBT.
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A razão? Elas não querem que pessoas trans sejam reconhecidas pelo gênero, mas sim pelo sexo.
A surpresa frente a esse cenário foi tratada em um dos principais sites noticiosos europeus, o Politico.
"Dezessete associações lésbicas e feministas lembram que há mulheres que têm sido vítimas de linchamento por serem contra a aceitação da identidade de gênero, tal como J.K. Rowling. Elas afirmam que se a lei for aprovada, homens poderão se passar por mulheres e causar efeitos negativos a direitos de mulheres, tais como emancipação, privacidade e igualdade", noticiou.
Dentre as questões envolvidas estão uso de banheiros e cotas por gênero.
Nesse grupo está a Arcilesbica, entidade de defesa de homossexuais femininas fundada em 1996.
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Importante feminista italiana, Francesca Izzo, foi direta contra a definição de mulher no projeto de lei.
"Não à identidade de gênero. Sexo não se apaga", disse ao jornal La Repubblica.
Outra base para o rechaço à chamada Lei Zan é o medo de que, se aprovada, mulheres críticas à identidade de gênero sejam presas sob a acusação de discriminação.
O senão à proposta também chegou à esquerda, que já mostra adesão à demanda de citar sexo feminino no desenho da possível norma, em análise no senado.
A direita e a Igreja Católica se juntam no receio de que, uma vez ratificada a lei, não se possa mais discutir o conceito de família nem de pecado.
Por outro lado e com base na discriminação sofrida por pessoas trans, maioria do movimento LGBT é a favor do projeto tal como ele está.
Tanta celeuma e crescente perda de apoio tem atrapalhado a tramitação da proposta.
A Itália é um dos poucos países da Europa Ocidental que não possui norma que penaliza discriminação por orientação sexual e identidade de gênero.