Em 2014, durante coletiva da edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu nova sede para o Museu da Diversidade Sexual. O fato é que a gestão Alckmin-França chegará ao fim no próximo dia 31 sem o cumprimento da promessa.
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Instalada desde 2012 na estação República do metrô, a instituição faz São Paulo ser uma das três únicas cidades no mundo (as outras são Berlim e São Francisco) a contar com museu dedicado a promover a cultura LGBT.
Na ocasião, Alckmin disse que a mudança do museu seria uma "legado contra o preconceito" e que a instituição seria instalada no número 1.919 da Avenida Paulista, onde está um belo, porém descuidado casarão, e no qual já foram realizados eventos, tais como festas LGBT nos anos 1990 e feiras de animais, nos anos 2000.
Naquele ano, Alckmin era candidato à reeleição ao governo de São Paulo com Márcio Franca (PSB) em sua chapa como vice. Um ano depois, também em coletiva da parada, o já governador reeleito informou que havia sido aberta licitação para o restauro do imóvel.
Desde a publicação do decreto de número 63.375/2018, a responsabilidade pelo museu passou da Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, para a Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico, lotada na mesma pasta.
Questionada pelo Guia Gay São Paulo, a coordenadora do órgão, Regina Célia Pousa Ponte, informou que não houve alteração nas decisões em relação à implantação no museu na Paulista, porém há problema. "Ainda não temos a posse do imóvel", explicou.
Franco Reinaudo, diretor do museu desde a criação, falou à nossa reportagem da burocracia envolvida.
"Pelo que sabemos, o processo de desapropriação do Palacete Franco de Mello [o casarão da Paulista] está em andamento. Como se trata de precatório, existe burocracia a ser atendida pelos órgãos competentes para a finalização do processo e pagamento dos valores", disse.
O projeto do museu, ao qual o Guia Gay São Paulo teve acesso, prevê derrubada do muro que separa a edificação da avenida e preservação da vegetação local, único espaço verde significativo na Paulista, além do Parque Tenente Siqueira Campos (Trianon).
Além da reforma do palacete, onde ficará a exposição permanente, o projeto prevê construção de anexo que abrigará café ou restaurante e salas para mostras temporárias, além de dar acesso a teatro, ao setor de pesquisas e à reserva técnica da instituição, arquitetados no subsolo.
A cobertura do café/restaurante deve ter aberturas para a passagem dos troncos das árvores.
A proposta desenvolvida atinge total de 2.650 metros quadrados de espaços novos que se somam aos 870 metros quadrados existentes, o que somam conjunto de aproximadamente 3.520 metros quadrados.