Foi aprovada, nesta terça-feira 23, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Vereadores de São Paulo para investigar violência contra pessoas transexuais na capital, algo inédito no País.
O pedido foi feito pela vereadora Erika Hilton (Psol), que apresentou caso da transexual recifense Lorena Muniz, de 25 anos, morta após ser deixada dentro de uma clínica no centro da cidade que teve princípio de incêndio, como uma das justificativas para o inquérito.
Lorena havia acabado de passar por cirurgia de prótese nos seios e inalou, inconsciente, fumaça por cerca de 10 minutos.
"Ela, porém, acabou morrendo após ter sido abandonada sedada na sala de cirurgia inalando fumaça enquanto um incêndio atingia a clínica", diz o texto de autoria de Erika em que solicita abertura da CPI, a qual será presidida pela vereadora.
"Lorena foi mais uma vítima da violência de gênero que afeta pessoas trans e travestis e do descaso do Estado nos cuidados da saúde específica dessas pessoas."
Outros episódios que deram base para a comissão foram os atentados que duas servidoras trans da câmara que se autodenominam covereadoras sofreram nos primeiros dias do ano. Erika também alega ter sido vítima de ameaça.
Apenas três CPIs podem tramitar ao mesmo tempo na Câmara. As outras duas investigam maus tratos de animais e aplicativos de transporte.