Como se o Rio Tietê estivesse limpíssimo, o crime controlado e a saúde e a educação públicas fossem invejáveis no Estado de São Paulo, um deputado do PSL resolveu se preocupar com quem entra nos banheiros.
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Frederico D'Ávila, eleito deputado estadual nas últimas eleições, diz que a bancada da sigla vai se concentrar em pautas conservadoras na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Segundo a coluna Painel da Folha de S. Paulo, D'Ávila diz que um dos projetos do partido é proibir banheiros unissex, chamados por eles de sanitários "trans".
"Banheiro unissex é quando você não tem espaço para por dois banheiros, você coloca um banheiro que ora pode ser usado por homem, ora pode ser usado por mulher", disse o deputado.
"Agora o que eles têm lá eles podem chamar do que quiserem, mas pode entrar homem e mulher ao mesmo tempo. Inclusive, entra uma mulher, aí entra um cara se dizendo gay, e vai lá e agarra a mulher lá dentro. Isso é tudo pra dividir a sociedade, criar celeuma”, afirma.
Segundo ele, “banheiro só tem dois”. “Ou é masculino ou é feminino. Não pode ter o ‘banheiro trans’. Isso canaliza para a promiscuidade, porque você vai dar uma terceira opção, e é isso justamente que a gente não quer",
O projeto, além de claramente moralista e preconceituoso, é equivocado. Boa parte do movimento trans e LGBT em geral não pede um banheiro separado, mas, sim, que transexuais sejam respeitados nos banheiros masculino e feminino. Ou seja, que mulheres trans possam usam banheiros femininos sem serem diiscriminadas e homens trans, banheiros masculinos.
Em 2017, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) regulamentou o uso de banheiro de acordo com a identidade de gênero em todas as escolas públicas do Estado de São Paulo.