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Chiclete é bissexual, ativista e candidato a deputado estadual

Há sete anos, o locutor filiado ao Avante organiza a Semana da Diversidade de Santos

Publicado em 18/09/2018
Chiclete - candidato bissexual pelo Avante a deputado estadual
'Pretendo trazer para São Paulo a Delegacia da Diversidade', diz

Natural de Santos e vivendo em São Vicente, Chiclete é candidato a deputado estadual pelo Avante.

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Locutor de eventos e militante há 20 anos, Chiclete tem importante histórico na luta pelos direitos LGBT no litoral paulista.

Há 16 anos, ele criou a caravana Chiclete Leva Você, para fortalecer a população da Baixada Santista nas paradas LGBT de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 2004, Chiclete foi um dos responsáveis pela organização da primeira parada do orgulho de São Vicente junto ao grupo Ipupiara.

Há sete anos, mais uma conquista: a realização da Semana da Diversidade de Santos, realizada todos os anos desde então. 

Aos 38 anos e bissexual, Chiclete já disputou a cadeira de vereador em 2016 por São Vicente. O Guia Gay São Paulo conversou com o candidato sobre suas propostas.

O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que São Paulo avance nesta questão?
A primeira é a criação da Delegacia da Diversidade para combater os crimes de LGBTfobia no Estado. Vimos que no ano passado só no Estado de São Paulo foram confirmados 59 casos com requintes de crueldade. Isso precisa ser combatido.

Então, eu pretendo trazer para São Paulo a Delegacia da Diversidade, investindo em tecnologia, em inteligência, para a gente poder combater isso. E a delegacia também vai atender ao negro que sofre racismo, ao índio, ao quilombola, aos religiosos - as religiões de matriz africana que vêm sofrendo ataque também. Então, ela vai combater o ódio em si.

Vou lutar para que sejam implantadas delegacias na Região Metropolitana da Baixada Santista, capital, litoral norte, Vale do Ribeira e Vale do Paraíba.

Outro projeto é na área da saúde, o Ambulatório Trans. Porém, eu acredito que os profissionais dessa área, como um todo, deveriam passar por um preparo para atender essas pessoas em todas as áreas. Não adianta montar um pronto-socorro especializado sem preparar, sem capacitar os que já existem. É óbvio que muitos funcionários precisam passar por uma capacitação.

Quais seus projetos para a população do Estado de São Paulo em geral?
Eu tenho o projeto cartão-saúde, que é a informatização da saúde. Um cartão, estilo cartão de crédito, com todos os dados clínicos da pessoa. Quando ela chegar no pronto-socorro, vai ter informado as doenças que ela já teve, as alergias... Com isso, vai agilizar o atendimento. Menos pessoas vão morrer esperando.

Outro projeto fala de saúde e de meio ambiente que é a Usina do Lixo, que deu bem certo no Japão. Além de produzir energia, produz também massa asfáltica, o que ajudaria tantas cidadezinhas do interior e do litoral que às vezes as ruas precisam de recapeamento e as prefeituras muitas vezes não têm. E poderia implantar pelo menos duas no Estado de São Paulo, que gerariam milhares de empregos - diretos e indiretos - e acabariam com os lixões, aterros sanitários. É um projeto de alto custo, mas para São Paulo é viável.

Dentre outros, tem também o dos ambulantes, para que eles não precisem mais correr do rapa. Para que possam trabalhar e levar sustento para a sua família, pois ninguém quer resolver a situação deles. Acho que é possível, sim, organizar, fazer um trabalho sério, através de um 'impostinho', de associação que eles possam estar criando e amparados na lei.

Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Votar em mim é ajudar a me eleger, a gente precisa de LGBT eleitos para defender nossa população. Costumo falar para as pessoas que só sabe o que você passou, quem comeu´um quilo de sal com você. Então, quem diz que apoia LGBT, mas não é LGBT, não tem noção do que passa um LGBT no dia-a-dia, então, não vai poder defender com grandeza.

O meu partido me deu total liberdade para aprovar os projetos que quero e não se opõe a nada. Não temos coligação. A única coligação que temos é no Executivo com o Márcio França, nosso governador. Márcio é uma pessoa que conheço há muitos anos, fui locutor dele e ele sempre me tratou com muito respeito e procurou atender as demandas que eu levava para ele [Márcio França foi prefeito por dois mandatos seguidos em São Vicente, eleito em 1996 e reeleito em 2000].

Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay São Paulo com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.


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