Um casal gay apanhou de cerca de 20 homens em frente a uma multidão de 60 pessoas sem que ninguém interviesse.
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Mickaël e Benoît foram atacados na quinta-feira 15 em Luri, na ilha francesa da Córsega. Eles estavam lá visitando parentes.
Mickaël conta que ele e Benoît foram a um bar junto com o irmão e a irmã do namorado e a esposa do irmão.
Quando estavam dançando, "um grupo de adolescentes entre 15 e 20 anos zombou de nós e nos chamou de bichas".
Ele contou ao site francês Têtu que um dos jovens lhe mostrou foto de alguém urinando em uma bandeira arco-íris.
"Fico muito calmo e digo a ele que também sou gay. Neste momento, ele pega seu crucifixo e me diz que é 'contra a natureza'."
Incomodado com a abordagem, o casal resolveu ir embora. O adolescente mostrou de novo a foto a eles e os seguiu.
"Um cara pega meu braço e me pede para deixá-lo sozinho, me chamando de bicha. Foi então que tudo ficou louco", lembrou Mickaël.
Um grupo de cerca de 20 homens saiu do estabelecimento e começou a espancar o casal em meio a carros estacionados.
"Eu levei cinco socos antes de ficar preso entre dois carros com 10 caras em cima de mim", contou Benoît. "Felizmente eu não perdi a consciência, quem sabe o que poderia ter acontecido... eu ainda estaria vivo?"
Eles dizem que enquanto a cena de violência acontecia, uma multidão de cerca de 60 pessoas assistia a tudo passivamente.
"É como se eles simplesmente pegassem um pouco de pipoca", recordou Benoît, em choque.
"Nós os ouvimos gritar 'Viados!' como se estivessem felizes em nos ver morrer", completou Mickaël.
Por fim, a polícia chegou - chamada pela família de Benoît - e as pessoas se dispersaram.
Os dois foram levados ao hospital, onde foram tratados de diversas contusões, incluindo os narizes quebrados.
À publicação, a polícia confirmou que houve uma confusão no local.
"Por volta de 0h30, dois dos integrantes desse grupo, em casal, sofreram insultos homofóbicos e depois violência com pontapés e socos por parte de vários indivíduos, causando-lhes interrupções totais do trabalho de seis e oito dias. Uma terceira pessoa ficou ferida", afirmaram as autoridades.
Em nota, um representante da polícia da Alta Córsega afirmou que "tais atos não têm lugar na República" e condenou "com a maior firmeza esta agressão covarde e violenta de um grupo de pessoas", além de prestar solidariedade às vítimas e familiares.
O caso está sendo investigado.
