Foi condenado a 10 anos de prisão em regime semiaberto o assassino do cabeleireiro Plínio Henrique de Almeida Lima.
No julgamento, na terça-feira 16, em São Paulo, o júri não considerou que houve homofobia como motivação do crime.
Na noite de 21 de dezembro de 2018, Plínio, de 30 anos, passeava de mãos dadas com o marido, Anderson de Souza Lima, e um casal de amigos também homossexuais.
No cruzamento das avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio, eles teriam ouvido insultos homofóbicos, tais como "bichinha", "menina" e "gays têm que morrer", feitos pelo cozinheiro Fuvio Rodrigues Matos, 34.
Segundo boletim de ocorrência feito, à época, no 78º DP (Jardins), um dos amigos de Plínio teria se irritado com os xingamentos e agredido o cozinheiro.
Fuvio golpeou Plinio no peito com um canivete. Ele foi socorrido ao Hospital das Clínicas e morreu.
O cozinheiro estava acompanhado do amigo Jamerson Matos dos Santos, que chegou a ser preso e denunciado junto com Fuvio por crime de homicídio, mas não foi levado a julgamento, após entendimento que ele não agrediu ninguém.
Por maioria, o júri - composto por cinco mulheres e dois homens - considerou Fuvio culpado pelo assassinato.
A promotora Renata Cristina de Oliveira Mayer falou do caso ao site G1.
"Os jurados entenderam que o que motivou o crime não foi um ato homofóbico. Para mim essa é uma decisão contrária às provas dos autos. No processo havia sim provas de que foi um ato homofóbico. Mas os jurados entenderam dessa maneira e condenaram ele sem a presença da qualificadora."
Câmeras no local mostram parte da discussão, mas não gravaram as agressões.
Fuvio alegou que usou o canivete para se defender. À polícia, ele alegou que a confusão começou ao ele gritar para seu amigo "corra que nem homem" quando começou a chover.
Ele diz que Plínio e os amigos acharam que o comentário era para eles e vieram tirar satisfações.
Com a setença, o cozinheiro pode passar o dia na rua e voltar à prisão apenas para dormir.
A promotoria ainda analisará se recorrerá da sentença.