Apesar de avanços, a situação carcerária de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis no Brasil continua crítica.
Dados apresentados na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, na quarta-feira 22, mostram que 90% dessa população presa em São Paulo já foi obrigada a ficar nua em frente a outros detentos nas celas.
A pesquisa também detectou que 90% de presos LGBT já sofreram restrição no compartilhamento de utensílios, 80% não têm nome social respeitado e 32% apresentam pensamento suicida.
Das 2.747 pessoas LGBT entrevistadas, 42% se identifica como homossexuais, 30% bissexuais, 17% travestis e 6,7% mulheres trans.
Os números foram expostos por Mateus Moro, coordenador do núcleo especializado de situação carcerária da Defensoria Pública de São Paulo.
O Estado de São Paulo concentra um terço de todos os presos do País.
Em maio, foi aberto o primeiro presídio GBT do Brasil em Viana, na Região Metropolitana de Vitória. Todos os presos cisgênero heterossexuais foram transferidos e o local ficou exclusivo para gays, bissexuais, travestis e mulheres trans. Com capacidade para até 296 detentos, havia, na ocasião, 175 presos.
Em outubro de 2020, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que qualquer pessoa presa no Brasil pode cumprir pena de acordo com sua identidade de gênero.