A terça-feira, para muitas pessoas, é apenas o segundo dia útil da semana. Ou ainda o terceiro na sequência para dormir cedo porque há trabalho na manhã seguinte. Mas em um lugar de São Paulo e para um segmento esses não são predicativos desse dia.
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Para muitas travestis e mulheres trans e homens cisgêneros a folhinha indica é que oportunidade de se jogar na festa Noite Trans, promovida na casa de swing Marrakesh Club. Se é sucesso? A prova está na marca alcançada pelo evento esta semana: três anos de realização.
O sucesso só veio com muita determinação, explicou ao Guia Gay São Paulo o promoter do evento, Luciano Black.
"Era tudo novidade. A casa abriu espaço à ideia para ver se pegaria. E confesso, nas primeira edições, a gente abria às 21h30 e acabava com tudo à meia-noite porque realmente não tinha público. Mas insistimos e valeu a pena. Agora já somos referência na cidade para o público trans e os homens que se atraem por elas."
O êxito podia ser medido pelo fato de que a casa em algumas vezes teve cerca de 100 pessoas, com mais de 60 mulheres trans e cross-dressers, e ir até 5 horas da manhã, isso antes da pandemia do novo coronavírus.
A celebração foi feita na terça 25 com bolo, champagne, cinco go-go boys e seis go-go trans, essas bem raras pelo Brasil. E com máscaras, distancialmento social e lotação diminuída a 40%, detalhes agora comuns.
E não foi só esse o efeito da pandemia. Assim que a capital paulista liberou o funcionamento de bares, há pouco mais de um mês, a tradicional Noite Trans transformou-se em Tarde Trans e passou a ter início no fim da manhã e ir até 18h. Tudo para não deixar as coisas paradas. O parabéns para você foi cantado já em novo horário da flexibilização da quarentena, entre 15h e 22h.
A Marrakesh, que fica em Indianópolis, tem 10 cabines para encontros íntimos, sala coletiva, bar e pista. Todos esses espaços estão abertos. A exceção é a sala de casais, que só voltará com menos coronavírus como ameaça.
A disposição é para mais histórias, que vão se somar às que já vieram.
"Ao longo do tempo, as cross-dressers começaram se sentir bem para vir e se divertirem. No mais, muitas trans chegam à 1h, depois de trabalhar com sexo, e ficam até perto do dia amanhecer, e sei de muitos namoros que começaram aqui", conta um Black cheio de orgulho.
Acompanhe sempre os detalhes das festas Tarde Trans e Noite Trans em nossa Agenda.