Como forma de atender demanda de travestis e transexuais, a presidente da República Dilma Rousseff (PT) deve fazer reunião extraordinária com o segmento nesta quinta 28 no Palácio do Planalto e expedir decreto que determina o respeito ao nome social de pessoas trans em órgãos federais. O encontro, que conta com articulação do deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ), é tentativa de apaziguar ânimos.
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Ameaçada de, daqui a poucos dias, deixar a presidência talvez de forma definitiva, Dilma teve de lidar com mais uma questão na quarta 27: ativistas travestis e transexuais pressionaram publicamente a mandatária a assinar o decreto.
O imbróglio veio de frustração. Conforme explicou Wyllys em rede social, era esperado que a presidente assinasse o decreto na cerimônia de abertura da 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada no fim da tarde. O evento também marcou o fim da 3ª Conferência Nacional LGBT e de similares de outros segmentos.
Entretanto, a promesssa não foi cumprida. Equipe da presidente alegou erro na redação do documento. Frente à situação, ativistas LGBT pontuaram a fala de Dilma com gritos de "nome social".
O protesto foi tamanho que a presidente teve de dar resposta improvisada em sua fala e aproveitou para atacar o possível governo Michel Temer (PMDB), que pode ocorrer em caso de impeachment da petista.
"Nós vamos discutir o nome social. Eles não vão discutir o nome social com vocês. Eu asseguro a vocês que nós discutimos. Eles não só não discutem como jamais farão uma legislação para garantir direitos do povo LGBT", disse.
Ainda de acordo com Wyllys, o decreto será assinado ainda esta semana. Se confirmado, pode ser um dos últimos atos de Dilma com mandatária da nação.