Novo Centro de Cidadania LGBT homenageia travesti Laura Vermont

Jovem foi assassinada em 2015; serviço será o terceiro do gênero na capital paulista

Publicado em 30/06/2016
Travesti Laura Vermont, assassinada em 2015, é homenageada pelo Centro de Cidadania LGBT da Zona Leste
Laura foi espancada por cinco homens na Zona Leste da capital em 2015

A Prefeitura de São Paulo inaugura nesta sexta-feira 1º mais um Centro de Cidadania LGBT na cidade. A primeira unidade do centro na Zona Leste prestará homenagem à travesti Laura Vermont e se localizará na mesma via em que ela foi a jovem foi assassinada em 2015 - na Avenida Nordestina, 496, São Miguel Paulista.

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Por meio da Coordenação de Políticas LGBT, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos (SMDHC), a Zona Leste também ganhará uma Unidade Móvel de Cidadania LGBT. A capital paulista passa a contar, então, com três centros de cidadania e três unidades móveis - as outras regiões já agraciadas com os serviços são a Centro e Sul.

Atendimento psicológico, assessoria jurídica e encaminhamento para políticas públicas da Prefeitura são alguns dos serviços prestados pelo centro de cidadania. O novo espaço possui 381 metros quadrados e recebeu investimento de R$ 497 mil. Já a unidade móvel da Zona Leste custou R$ 112 mil e vai percorrer as ruas da região - de quarta a domingo - oferecendo testes rápido de HIV por fluido oral, atividades educativas e sociais e orientação jurídica e psicológica.

Para Alessandro Melchior, coordenador de Políticas para LGBT da SMDHC, a localização e o nome do centro marcam o começo de uma nova conjuntura para a comunidade LGBT paulistana. "O centro vem garantir os direitos da população LGBT na região, para que casos como de Laura Vermont não venham a se repetir", ressalta.

Laura Vermont, de 18 anos, foi morta na madrugada de 20 de junho do ano passado. Câmeras de estabelecimentos comerciais gravaram o momento em que a jovem foi atacada por cinco homens na Avenida Nordestina, Vila Nova Curuçá.

Segundo uma amiga da vítima teria contado à polícia, Laura teria brigado com ela e com um homem dentro de um carro usando um estilete. As duas teriam sido postas para fora do veículo. Ferida, Laura continuou a brigar com a amiga na Avenida Pires do Rio até que um motoboy que passava, parou, e tirou o estilete de suas mãos.

De acordo com esta amiga, Laura atravessou a rua e tentou atacar um casal. Ao continuar na avenida, ela passou em frente a um bar e, após supostamente iniciar uma discussão com os cinco homens que bebiam no local, foi espancada. Um deles usou um pedaço de madeira para agredir a vítima.

Policiais chamados para socorrer a jovem forjaram uma história e estão sendo investigados por falso testemunho e fraude processual. No início deste mês, a Justiça ouviu testemunhas e os cinco acusados no Fórum Criminal da Barra Funda. A advogada dos pais da vítima acredita que se comprovado o homicídio, o caso irá à júri popular.

 


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