Apresentação on-line do espetáculo que fala de vivências de pessoas LGBT utilizando como metáfora os rios de São Paulo.
Pensada para os palcos e adaptada para as plataformas digitais por causa da pandemia, peça da Descompanhia (Biu)tifol faz uso do carvão como instrumento para os desenhos, recuperando a propriedade de limpeza energética desse mineral e associando a existência LGBT também como essa limpeza do ódio, violência, censura e silenciamento.
O trabalho, que explora as potencialidades da exibição on-line, parte da sonoridade da água para gerar um movimento coreográfico lento que migra, em seguida, para ritmos diversos, como o lo-fi, remix de mu?sicas em funk, axe? e mu?sicas de artistas brasileiras como Joelma, Pabllo Vittar, Ine?s Brasil e outras figuras que se conectam a um universo mais alegre - aqui a proposta é contrapor a ideia de uma brasilidade festiva e cordial com a realidade violenta enfrentada pela população LGBT.
O título da obra faz uma referência a uma sensação de autocensura que muitas vezes é gerada pela própria comunidade a fim de evitar a violência ou o constrangimento em tempos de regimes totalitários como o que vivemos. Dutos (In)visíveis propõe, portanto, uma reflexão sobre como se praticar a fluidez ainda que exposto a uma situação que prende, sufoca e tenta coagular.
Com Vartim e Victor Pessoa. Direção: Victor Pessoa. Artista Visual: Vartim. Fotografia: Carol Françoso. Maquiagem: Pedro Calderaro. Trilha sonora: Alambradas. Direção de produção: Movicena Produções. Produção administrativa: Victor Pessoa. Produção executiva: Matheus Pessoa.