Peça estrelada por atrizes trans fala da violência enfrentada por essa população na década 1980 e até hoje.
Miella e Cínthia (interpretadas pelas atrizes trans Danna Lisboa e Verônica Valenttino) moram em SP City, onde trabalham em salões de cabeleireira, fazem programa e performam em boates.
Elas decidem fazer um show musical, conseguem agendar a primeira apresentação e para viabilizar a infraestrutura tentam se associar a Valéria, militante feminista. Porém a Operação Rondão, comandada pelo delegado Rochetti, agrava a já violenta realidade das travestis/mulheres trans e prostitutas da região – entre a década de 80 e a atualidade – com prisões e agressões.
Escrita pela dramaturga trans Ave Terrena Alves e dirigida por Diego Moschkovich, a pesquisa da peça tomou como base o livro Ditadura e Homossexualidades, organizado por James N. Green e Renan Quinalha, as 37 edições do jornal O Lampião da Esquina, e conversas com as militantes feministas trans Neon Cunha e Erika Hilton.
"Escolhi então o recorte das Operações Rondão e Tarântula para trabalhar dramaturgicamente o material histórico. Comandada pelo delegado José Wilson Richetti, essas operações ocorreram ao longo da década de 80, sendo um marco trágico na história de violência sofrida pela população LGBT e de prostitutas na cidade de São Paulo, onde viviam pessoas de todas as regiões do país", explica a dramaturga. 90 minutos. Classificação: 14 anos.
Texto: Ave Terrena Alves. Direção: Diego Moschkovich. Com Danna Lisboa, Diego Chilio, Maria Emília Faganello, Sophia Castellano e Verônica Valenttino.
Músicos: Felipe Pagliato, Gabriel Barbosa e Victória dos Santos. Cenografia e iluminação: Wagner Antonio. Figurino: Diogo Costa. Vídeo: Luciana Ramim. Produção: Bia Fonseca, Iza Marie Miceli e Lucas Cândido. Foto: Renato Mangolin.