Conhecido como integrante do Bonde do Rolê, uma das bandas mais desbocadas e inventivas dos últimos anos, Pedro D'Eyrot também é um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL).
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Em entrevista à Folha de S.Paulo, na sexta-feira 7, o artista contou a razão de não ter tornado o público seu ativismo político até então e sobre a intolerância de movimentos conservadores e esquerdidas das quais é alvo.
Pedro explicou que criou o movimento em meados de 2014 quando abriu um escritório, junto a Renan Santos e Alexandre Santos, para desenvolver uma linguagem que propagasse ideias políticas nas quais acreditavam.
"O MBL precisava encontrar seu próprio caminho. Eu já era uma pessoa pública e, no imaginário dos fãs da banda, minha essência encontrava-se já cristalizada", explicou. "Não me parecia justo mesclar essas realidades."
Sobre a dualidade do artista e do ativista, o cantor falou: "Essa dualidade sempre existiu. Na vida privada (que ele assina como Pedro Augusto Ferreira Deiro), sempre fui uma pessoa calma, analítica. Pedro D'Eyrot sempre foi nome artístico. Nunca tive a intenção de usar essa persona para alavancar a projeção política do MBL".
Pedro disse que foi perseguido por um grupo chamado Defesa Hétero, "por conta de uma suposta agenda oculta que usaria o impeachment como subterfúgio para transformar a juventude brasileira em homossexuais", e que seus colegas de banda têm ressalvas ao seus estilo "direita transante". "Eles não concordam com posições do MBL, temos discussões até bem sérias, mas sempre fomos, antes de tudo, amigos."
Questionado se a maioria dos frequentadores dos shows do Bonde é de esquerda e se atribuiriam a ele a pecha de "golpista", o artista disse que não os considera intolerantes. "A maioria dos frequentadores dos shows quer mesmo é transar. Afnal, quem dos nossos não daria um pasue na ideologia por um boy magia?".