Primeira mostra sobre o pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992) que tem foco gay em seu obra.
São 23 pinturas produzidas entre 1947 e 1988 que carregam traços de suas experiências pessoais, seus desejos e seus romances.
Amigos da boemia e da vida cultural londrina, figuras anônimas e seus amantes são retratados em suas obras, em especial, Peter Lacy e George Dyer, com quem manteve relacionamentos intensos e turbulentos.
A ambiguidade entre a excitação e a violência é característica de suas obras.
O lado homoerótico de suas pinturas se torna mais evidente com o passar dos anos e acompanha, de certa forma, as mudanças em relação à aceitação da homossexualidade - até 1967 era crime um homem manter relações sexuais com outro na Inglaterra.
O subtítulo da exposição vem de uma fala do artista (reproduzida na parede da primeira sala) em uma entrevista ao crítico de arte David Sylvester, realizada em 1966, na qual Bacon expressa sua admiração pela beleza impactante das peças de carne penduradas em um açougue.
As palavras de Bacon apontam para certas dualidades que emergem de maneira potente em sua obra: a beleza e o horror, a vida e a morte, a sedução e a destruição, a pintura e o corpo em carne e osso.
A mostra integra a programação anual do Masp dedicada à comunidade LGBT. Estão em cartaz em outros espaços do museu, mostras de Gran Fury e de Mário de Andrade.
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, Masp; Laura Cosendey, curadora assistente, Masp e assistência de Isabela Ferreira Loures, assistente curatorial, Masp.