Uma das surpresas da cerimônia de entrega do Oscar 2016, no domingo 28, foi a vitória de Sam Smith na categoria melhor canção original.
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O britânico, que apresentou Writting's on the Wall(tema de 007 Contra Spectre), bateu a favorita Lady Gaga (que cantou Till It Happens to You, do filme The Hunting Ground), e parecia bem nervoso ao receber o troféu.
"Na verdade, não consigo respirar agora", disse Smith. Na sequência, ele cometeu um equívoco. Em seu rápido discurso de agradecimento, o artista pensou que fosse o primeiro gay a receber a estatueta:
"Eu li um artigo, meses atrás, de Sir Ian McKellen dizendo que nenhum homem abertamente gay ganhou um Oscar. Se for este o caso, mesmo que não seja o caso, eu queria dedicar isto à comunidade LGBT do mundo todo. Eu estou aqui hoje à noite como um orgulhoso homem gay e espero que um dia estejamos todos juntos como iguais", disse.
Smith confundiu a fala do lendário Gandalf do Senhor dos Anéis. McKellen declarou que nas duas vezes em que concorreu ao Oscar estava com um bilhete de agradecimento no bolso e no qual ele leria no pódio que era uma honra ser o primeiro gay assumido a ganhar a receber o Oscar. Mas ele falava dos atores, não de todos os já indicados ao prêmio.
Vários gays assumidos já levaram a estatueta, como o compositor Stephen Sondheim, o cantor Elton John e o roterista Dustin Lance Black, que fez um belo discurso em 2009, ao vencer por Milk - A Voz da Igualdade, pelos direitos arco-íris.
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De qualquer forma, foi bom ver Smith celebrando a sua comunidade. Em 2014, ele declarou que não gostaria de ser um porta-voz dos LGBT. Os outros indicados a melhor canção, além de Gaga, eram Earned It, de The Weeknd (de Cinquenta Tons de Cinza), Simple Song #3, da soprano Sumi Jo (de Youth) e Manta Ray, da transexual Anohni (de Racing Extinction), que boicotou a cerimônia por não ter podido cantar.
A noite ainda viu a vitória de Alicia Vikander, que interpretou a mulher de Lili Elbe (uma das primeiras a se submeter à cirurgia de redesignação sexual) em A Garota Dinamarquesa, como melhor atriz coadjuvante.
O drama Carol, de Todd Haynes, sobre um difícil romance lésbico baseado em história real, não levou nenhuma das seis estatuetas a que concorria, incluindo melhor atriz (Cate Blanchett) e melhor atriz coadjuvante (Rooney Mara).