Banda PWR BTTM só faz show se houver banheiros neutros no local

Exigência surgiu para deixar espaços de punk mais inclusivos às pessoas trans e não-binárias

Publicado em 15/03/2016
Grupo PWR BTTM exige banheiros de gênero neutro em seus shows
Liv e Ben formaram o grupo em 2013, em Nova York

Em tempos em que transfóbicos não reconhecem o direito de pessoas trans usarem banheiros de acordo com seu gênero social, eis um exemplo que implode tudo isso.

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O duo nova-iorquino de punk PWR BTTM (ou "power bottom - passivo dominante, em inglês) exige que quem os contrate para fazer shows garanta banheiros neutros para o público.

A condição surgiu depois de um show que eles fizeram na Filadélfia, Estados Unidos, no ano passado. "Nós fizemos uma apresentação num lugar em que os avisos de gênero nos banheiros eram transfóbicos", contou Liv Bruce, 22 anos, que compoe a banda com Ben Hopkins, 24, ao site Fusion. Liv se define como trans não-binário e Ben, drag queen.

"Um aviso dizia 'seios' e o outro dizia 'bolas'. Aquilo me incomodou porque nós somos uma banda queer que toca música queer e as pessoas queer vêm nos ver", explica. "Eu argumentei com o proprietário de que alguns dos nossos fãs seios e bolas e outros não têm seios nem bolas. Perguntei o que poderíamos fazer sobre isso e ele riu na minha cara." Ele descobriu que havia um banheiro de gênero neutro no local, mas de difícil acesso, alguns lances de escada depois e pouco visível.

Liv conversou com a empresária da banda depois do show e assim criaram a partir do início da turnê, em dezembro, a imposição por esses banheiros de forma visíviel nas dependências de qualquer local que os contrate.

Eles dizem que a maioria dos contratantes recebeu bem a exigências, mas alguns não puderam cumpri-la, pois em alguns Estados há determinações de banheiros iguais para homens e mulheres.

"Nós conversamos muito sobre isso, porque Ben e eu costumávamos nos sentir como se não houvesse um lugar no mundo da música para alguém como nós", disse Liv. "Nesse sentido, me sinto bem sobre a representação que temos conseguido. Mas não é o suficiente. Esta política do toalete é emocionante para mim porque há algo de concreto para fazer com que os nos espaços do punk sejam acolhedores para as pessoas trans."


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