BDSM, clima circense e voto. Veja o que haverá na parada de SP

Diretor artístico do evento, Heitor Werneck revelou mudanças em relação à edição passada e fala de despedida

Publicado em 19/04/2018
22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Rovena Rosa/Agência Brasil
Marcha, em 2017, teve performances variadas na avenida. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Maior parada brasileira e do mundo, e segundo evento que mais movimenta dinheiro na cidade, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo se organiza para impressionar .

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Diretor artístico do evento, Heitor Werneck revelou em primeira-mão ao Guia Gay São Paulo o que vai provocar o público da Avenida Paulista no próximo 3 de junho.

Na estreia de Werneck no comando do evento, em 2017, uma das inovações foram performances e ações, em sua maioria circenses, espalhados pela avenida, principalmente no chão.

Muitos gostaram, outros sequer notaram, já que a via é tomada por 3 milhões de pessoas.

Para solucionar essa questão, o diretor levará mais atrações para cima dos trios elétricos este ano.

E o que será mostrado? "O circo estará muito presente, o folclore também. Darei destaque ainda aos atletas gays que não podem sair do armário", conta Heitor, no ano em que pela primeira vez o Brasil terá uma delegação representada nos Gay Games, em agosto, em Paris. Um trio BDSM é outra proposta.

Werneck disse que aumentará a inclusão de segmentos, tais como negros, índios, deficientes e famílias.

O tema do evento, as eleições, também estará representado. "Vamos mostrar artisticamente o orgulho de ser LGBT e cidadão respeitado por meio do voto."

Cachê dos artistas
O diretor artístico revelou que tenta junto às marcas investidoras que prestigiem, por meio de cachê, mais os artistas anônimos (dançarinos, malabaristas etc) e menos os nomes famosos. "Eles vão lá, fazem meia hora de show, somem, e não dão nem 10% do cachê para uma ONG", critica.

Sobre a feira cultural, que antecede o evento (neste ano, na quinta-feira 31 de maio, no Anhangabaú), ele afirma que também haverá novidades e que em 2017 devolveu parte dos recursos.

"Sou o único que teve verba para o palco [montada na região da feira para shows] e ainda devolvi, pois não gastei os R$ 12 mil de artístico, consegui muito apoio", diz.

Werneck diz que, no mês da parada, trabalha com dois assistentes e outros dois só para a feira. Ao todo, cerca de 100 pessoas se envolvem na organização de ambos os eventos.

Fim de um ciclo
A atuação na marcha tem clima de adeus. Desesperançado com o País, Werneck diz que pretende ir embora do Brasil este ano.

Antes, no entanto, sua agenda está cheia. "Tenho a parada, uma ópera eletrônica, Virada Paulista, uma ação grande para falar de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) em escolas pelo Estado", enumera.

Ele ainda cuida de um canal no YouTube, a festa Luxúria (voltada a praticantes de BDSM e fãs de fetiches) e um cabaré. "Aí, acho que se conseguir, saio daqui. Estou muito triste com este país e com os brasileiros", diz.


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